Teriam certas palavras funções específicas?

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*Carlos B. González Pecotche

É digna de nota a acentuada diferença que se estabeleceu, desde tempos muito longínquos, entre a palavra “cérebro” e a palavra “mente”. Parece, a julgar pela acepção corrente, que se quis distinguir uma da outra lhes atribuindo uma espécie de função específica. Quando se quer, por exemplo, destacar a figura científica ou política de alguma pessoa, como também acontece nas esferas sociais ou no mundo das finanças, diz-se que “é um grande cérebro”, ou que “tem um cérebro privilegiado” somando assim os qualificativos de elevada hierarquia com que se nomeia o agraciado para diferenciá-lo dos demais. Por outra parte, quando é o inverso, quando, conforme diz a expressão comum,alguém “perde as estribeiras” e põe a razão a funcionar sem rumo, é apontado como “alienado mental”, ou seja, um demente; ou então dizem que ele padece de perturbação mental. Nunca, em tais casos, se menciona o cérebro, como se este nada tivesse a ver com o assunto, ou tivesse funções específicas diferentes das que a mente tem.
É curiosa essa diferenciação, precisamente por provir de um ato discernidor da própria mente humana, cuja propriedade reflexiva está intimamente ligada à atividade cerebral. Não obstante o que ficou dito,devemos reconhecer que, de uns dois ou três anos para cá * grandes estadistas e homens de governo, ao se referirem aos problemas que se vão apresentando à inteligência em virtude das bruscas transições que quase todos os povos do mundo estão experimentando, referem-se à mente, atribuindo-lhe o caráter de reitora de todas as atividades humanas. Vem-se dando, pois, à palavra “mente” a posição hierárquica e a distinção que lhe corresponde ter entre suas irmãs de linguagem.
A Logosofia sustenta esse critério há mais de quatorze anos, ao determinar as funções da mente e demonstrar com farta evidência o seu papel, bem como os pensamentos desempenham como entidades autônomas do mundo mental. Hoje, já é mais comum ouvir referências à “mente esclarecida” ou “mente privilegiada” deste ou daquele,como também à “visão mental” ou “clareza mental”, o que prova como evoluiu o conceito da palavra “mente” e o que ela significa, em sua mais ampla acepção, para a razão individual. Este artigo foi publicado em março de 1944.

*Carlos B. González Pecotche – Autor da Logosofia – www.logosofia.org.br – rj-novaiguacu@logosofia.org.br

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