Terrorismo moral, uma violência contra a Nação

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*Sidney Anversa Victor

Com imensa tristeza, assistimos a mais dois ataques terroristas internacionais, desta vez em Bruxelas, na Bélgica, e no Paquistão. É preocupante a escalada global do terror, que atinge crescente número de inocentes, de modo covarde, sem que as vítimas tenham chances de se defender. Os grupos extremistas que praticam esses atos cruéis não respeitam os direitos humanos e quaisquer regras de proteção aos civis previstas nas convenções internacionais.
Num mundo conflagrado, observa-se, também, em países hoje submetidos a regimes ditatoriais, a prática de terrorismo de Estado, tão ou mais grave do que as ações das organizações apátridas, pois se utiliza dos recursos pagos pela própria sociedade civil, na forma de impostos, para oprimi-la, reprimi-la e tratá-la com truculência. Tivemos, em passado de triste memória, exemplos como esse em vários países latino-americanos, inclusive no nosso.
Tal reflexão nos remete a traçar uma comparação entre dois tipos de terrorismo de Estado: o primeiro é caracterizado pela violência física, a censura à imprensa, as prisões e execuções arbitrárias e sumárias e o desrespeito aos direitos individuais e coletivos. Felizmente, os brasileiros venceram tais atrocidades, por meio de um processo cívico e pacífico de redemocratização, escrevendo um capítulo importante de sua história nos anos 80, quando se realizou a Campanha das Diretas Já, tomou posse o primeiro governo civil após 1964 e se promulgou a Constituição de 88.
Há, contudo, um segundo tipo de terrorismo de Estado, matreiro e dissimulador, que é o moral. Deste, infelizmente, ainda não nos livramos. Assistimos hoje em nosso país ao domínio e ao aparelhamento do Estado por um governo que, ao invés de cumprir o pressuposto filosófico de servir ao povo (previsto em todas as tendências político-ideológicas, inclusive na marxista), serve-se da sociedade, sem constrangimento ou pudor. Suga impostos exagerados, quase nada devolve em benefícios e, como se não bastasse, é incompetente na gestão econômica, ineficaz nas políticas públicas prioritárias, corrupto e exageradamente patrulheiro, como se observa na recente medida de vigilância sobre transações financeiras a partir de dois mil reais.
Como resultado do terrorismo moral ao qual o Estado petista submete a população brasileira, temos hoje alto desemprego, inflação, paralisia dos investimentos, mercados estagnados, empresas fechando e a mais cruel de todas as consequências: desânimo e abatimento, pois não se vê, sob o atual governo, quaisquer perspectivas de recuperação. Tal qual as vítimas civis do terrorismo belicoso, estamos desprotegidos do assédio moral diário que emana do poder público.
A ineficiência governamental nos expõe a taxas elevadíssimas de criminalidade, com número anual de homicídios e latrocínios maior do que o de muitas nações em guerra (com isso, também nos transforma em vítimas da violência física). Submete-nos a doenças como dengue, zika e chicungunha, que poderiam ser mitigadas por ações de combate ao mosquito transmissor, e tuberculose, cujos números no Brasil são assustadores (pouco se fala, mas estamos entre os países com os piores índices da doença, com aproximadamente 70 mil casos novos e cerca de quatro mil mortes por ano).
Há, ainda, crise hídrica e energética, insegurança jurídica, impossibilidade de planejamento sequer de curto prazo pelas empresas e um imenso constrangimento internacional. Os mais de 200 milhões de brasileiros são vitimados hoje pelo terrorismo moral do Estado, uma instituição que precisa ser devolvida com urgência ao povo e restabelecer sua missão precípua de servir à sociedade!

*Sidney Anversa Victor é presidente da Abigraf Regional São Paulo (Associação Brasileira da Indústria Gráfica-SP).

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