Vantagem Comparativa

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por Irving Merath

 

No último artigo, citei sobre a vantagem absoluta, conceito cujo qual os indivíduos devem se especializar naquilo em que fazem de melhor para criar um excedente de recursos e diminuir a escassez, aumentando o bem-estar social. No entanto, abre espaço para alguns questionamentos. Suponha uma cidade com apenas duas pessoas (João e Mário), e eles têm a capacidade de produzir os dois mesmos produtos, pão e trigo. Considere que João produza 5 Kg de pão num intervalo de 1 hora ou 7 Kg de trigo nesse mesmo intervalo. Mário, por sua vez, produz 4 Kg de pão ou 5kg de trigo. Ou seja, João é mais produtivo em relação aos dois produtos. Assim, será que valeria a pena para ele comercializar com Mário? Muitos diriam que não.
Atento a isso, David Ricardo, economista britânico do século XVIII, diz que mesmo que João seja mais produtivo nos dois itens, ainda assim, é vantajoso que comercialize com Mário, pois se os dois trabalhassem 8 horas por dia (4 produzindo trigo, 4 produzindo pão) João teria uma produção total de 48 kg, e Mário, 36 kg. A produção total dos dois seria de 84 Kg. Em contrapartida, se os dois trabalhassem 8 horas, mas João produzisse apenas trigo, e Mário apenas pão, com o objetivo de comercializar entre si, a produção total seria de 96 Kg, um excedente de 12 Kg em comparação com a primeira situação.
Esse argumento é chamado de vantagem comparativa, ou seja, apesar de João ter vantagem absoluta nos dois itens, a vantagem comparativa é apenas na produção de trigo, o que viabiliza a comercialização. Esse exemplo demonstra de forma bem simples e clara porquê a comercialização da produção é benéfica em qualquer sociedade; isso ainda poderia ser estendido para o comércio internacional.
Por que será que países com altos índices de desenvolvimento têm negócios com países com índices de desenvolvimento bem inferiores? A razão não é porque cada um deles tem a capacidade de produzir aquilo que o outro é incapaz. Se essa fosse a resposta, o país mais desenvolvido poderia facilmente investir seus recursos para aperfeiçoar-se na produção daquilo que é incapaz e tornar-se mais produtivo em todos os ítens. Obviamente, essa pergunta não tem apenas uma resposta, mas uma delas, certamente, é porque sabe-se que se o país desenvolvido quiser produzir tudo o que consome, seu excedente total diminuirá, já que seria forçado a deslocar recursos de áreas onde tem nível de produção ótimo para suprir áreas onde é deficiente. Quanto às outras respostas, estas serão tratadas, aos poucos, em edições posteriores.
O próximo artigo abordará um dos principais temas de estudo da economia, os conceitos de demanda, oferta e equilíbrio.

*Irving Merath é Bacharel em Filosofia pela UFRJ e graduando em Economia pela EURJ.

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