A negligência é a principal violência contra os idosos no Brasil

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Na sexta feira será realizada em Queimados uma palestra sobre ouvidoria da terceira idade Foto: Luis Ambrosio
Na sexta feira será realizada em Queimados uma palestra sobre ouvidoria da terceira idade
Foto: Luis Ambrosio

A negligência ainda é a principal forma de violência cometida contra as pessoas idosas no Brasil. A afirmação é do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso e foi destacada ontem, Dia de Combate à Violência contra o Idoso. Para celebrar a data a Prefeitura de Queimados promoveu uma caminhada na cidade. O evento foi realizado na Vila Olímpica da cidade e também contou com uma apresentação de Lian Gong de Tai Chi Chuan,dos alunos dos polos de atividade física e do Centro de Esporte e Lazer da Terceira Idade (CELTI). Ainda foram distribuídas mais de 200 cartilhas do Estatuto do Idoso. Na sexta-feira (19), às 15h, será realizada uma palestra sobre a ouvidoria da terceira idade, no CELTI.
O subsecretário municipal da Terceira Idade, Professor Antônio Amorim, falou da importância na luta em defesa dos direitos dos idosos e por melhorias na qualidade de vida. “Sempre vamos lutar por nossos direitos. O idoso deve ser tratado com dignidade e carinho. Nossa cidade é uma referência em todo o Estado ao que se refere a políticas públicas da terceira idade. Graças ao prefeito Max Lemos temos liberdade de desempenhar nosso papel com total liberdade e confiança para trazer parceria e mais investimentos para o público de Queimados”, disse, após apresentar a arte milenar chinesa, Lian Gong.
Convidada a participar da ação, a presidente da Comissão Estadual do Idoso, a deputada Tia Ju, salientou a luta em defesa dos idosos. “A causa do idoso é mais do que nobre. Senão lutarmos como é que vamos ter uma sociedade mais justa? Por isso, devemos fazer cumprir o Estatuto dos idosos. Eles são peças importantes em nossa formação através do compartilhamento dos seus conhecimentos e experiência de vida”, falou.
A ação faz parte da programação da Semana de Combate à Violência contra Idoso. Na palestra de sexta-feira serão abordados os seguintes temas: como proceder em casos de violência, o papel da ouvidoria, importância de fazer denúncias e telefones úteis para contato. O objetivo será informar sobre seus direitos e como devem proceder em casos de violação do Estatuto do Idoso.

Conselho Nacional dos Direitos do Idoso

A coordenadora-geral do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, Ana Lúcia da Silva, destacou que a negligência ainda é a principal forma de violência cometida contra as pessoas idosas no Brasil e faz com que se abram portas para outras formas de violações. “Essa é a mais informada no Disque 100”, disse.
Segundo Ana Lúcia, além das violações que ferem o Estatuto do Idoso, o conselho já se preocupa com a retirada de direitos já garantidos, como a diminuição da pena para violência contra idosos no projeto do novo Código Penal. “São coisas que mostram que não existe sintonia da sociedade ao que de fato existe no Brasil”.
Assim como o fortalecimento da rede de delegacias especializadas no atendimento ao idoso, Ana Lúcia defende a qualificação de todos os agentes públicos de segurança para atender a esse público. A coordenadora do conselho ressaltou ainda que o Ministério do Desenvolvimento Social tem um projeto para construção de centros de referência para idosos, mas que gestores municipais não têm interesse por causa do alto custo de manutenção. “O custeio e despesas fixas são coisas que oneram o município. Então muitos prefeitos não se interessam em ter. Temos que buscar instrumentos que possam responsabilizar esses administradores”, disse.
Para Ana Lúcia, entretanto, o desafio de cuidar dos idosos não é só do Estado, mas de toda a sociedade civil. De acordo com ela, as pessoas precisam tomar consciência desse processo. “As pessoas não estão se preparando psicologicamente para compreender e assumir o envelhecimento. Existe uma negação, as pessoas querem continuar jovens. Com isso, é muito mais difícil definirmos o perfil do que será o espaço mais adequado para que possamos ter essa convivência”, explicou, defendendo que ela seja sempre transversal e intergeracional.
Segundo dados do Disque 100, serviço de recebimento de denúncias contra violações de direitos humanos, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2014, houve 27.178 denúncias de abusos contra a pessoa idosa. As mais recorrentes são de negligência, 20.741 denúncias (76,32%), violência psicológica, 14.788 (54,41%), abuso financeiro e econômico, 10.523 (38,72%), violência física, 7.417 (27,29%) e violência sexual, 201 denúncias (0,74%). Entre as violências menos denunciadas estão a violência institucional, discriminação, outras violações ligadas a direitos humanos, trabalho escravo e torturas.

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