
Foto Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Pouco mais de três meses após o assassinato do produtor cultural Adriano Cor, vítima de homofobia, mais uma execução deste tipo pode entrar para as estatísticas de Nova Iguaçu. Esta é uma das linhas de investigação da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense para a morte do advogado Edson José da Silva, de 45 anos. Conhecido como Edson Joseph, o advogado foi encontrado morto em uma rua do bairro Parque Engenho Pequeno, na madrugada de ontem. O corpo, encontrado apenas vestindo uma cueca, apresentava marcas de estrangulamento e de tiros.
Um amigo de infância de Edson, que se identificou apenas como Marcio, contou que o advogado saiu do trabalho, no centro de Nova Iguaçu, por volta das 20h de quarta-feira. A irmã de Marcio, que conhecia o advogado, afirmou que o viu passar com seu carro, no bairro Boa Esperança, próximo ao local do crime. Logo após, por volta das 22h30, Edson chegou em casa, no bairro Vila São Deodoro, segundo vizinhos da vítima. Porém, eles não sabem dizer se ele estava acompanhado. Quase uma hora depois, o carro de Edson foi visto saindo da garagem.
“Soube da morte do meu amigo quando era 1h. Estive no local para reconhecer o corpo e fui a casa dele logo depois. Fui com o irmão dele, o Jeferson. Vimos uma marca de sangue no tapete e um copo de água na mesa da cozinha. Acho que ele deve ter oferecido para alguém.” disse Marcio.
O carro de Edson ainda não foi encontrado. Além disso, parentes contaram que televisões, joias, bebidas e dinheiro foram roubados da residência do advogado. As câmeras de segurança da casa de Edson também foram levadas. A família informou que pedirá o saldo de sua conta bancária para saber se foi realizado algum saque com uma quantia alta.
Edson Joseph era homossexual. Por isso, a DBHF investiga a possibilidade do crime ter sido motivado por homofobia. A hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) também não está descartada. A perícia já foi realizada, parentes e amigos serão ouvidos e imagens de câmeras de segurança da região já foram solicitadas. Eles realizam diligências em busca de testemunhas e informações que ajudem a identificar o autor do crime.
Edson era figura popular na Baixada

Foto Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
A mãe adotiva do advogado Edson Joseph, Zulmira da Silva, de 64 anos, estava muito abalada e clama por justiça. “Meu filho era uma pessoa muito boa, ajudava todo mundo que precisava. Tiraram a vida dele, foi uma covardia o que fizeram”, lamentou.
Edson era muito popular na Baixada Fluminense. Dono do escritório Edson Joseph Consultoria Jurídica, especializado em direito previdenciário, ele era conhecido por promover grandes festas e frequentar boates badaladas e de luxo.
O corpo de Edson foi encaminhado para no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu. O sepultamento acontecerá hoje, no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu, às 11h.
Produtor cultural é vítima de crime de ódio
No dia 5 de julho, o produtor cultural Adriano da Silva Pereira, de 33 anos, conhecido como Adriano Cor, foi assassinado no bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu. O autor do crime André Luís dos Santos Vieira, preso pela DHBF no dia 11 de setembro. Ele usou o flerte para atrair Adriano até o local o produtor foi morto. Segundo as testemunhas, o acusado aproveitou um momento de distração do produtor e iniciou uma sequência de agressões, causando lesões no rosto, tórax e pescoço da vítima, encontrada em um pequeno córrego próximo à Estrada Passa Vinte. Na época, testemunhas contaram que durante a ação, o agressor repetia que odiava homossexuais.