Fotos: Gabriele Souza
Éder Moraes de Lima, de 22 anos, se entregou na noite de segunda-feira na 54ª DP (Belford Roxo). Ele confessou ter matado o filho, Thainan Santos de Moraes, de um ano e sete meses no último sábado (16), e ter escondido o corpo da criança no armário de casa. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fábio Salvadoretti, Éder foi à delegacia acompanhado do pai, que o encontrou perambulando pelas ruas de Belford Roxo.
Segundo o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Fabio Cardoso, desde que a especializada tomou ciência do caso, na madrugada de domingo, a perícia constatou que o pai da criança era o responsável pelo crime. “A equipe da DHBF foi para o local assim que recebeu a denúncia. Periciamos e identificamos que o autor do crime era o Éder e imediatamente foi pedida a prisão que o plantão judiciário decretou no domingo. Desde então equipes da DHBF estavam virando noites atrás dele”, disse o delegado.
Fábio Salvadoretti relatou que o crime chocou a equipe. “Foi um crime cruel e covarde contra uma criança de um ano e sete meses. Chocou toda a equipe, todos os policiais se juntaram no sábado e desde então estávamos no encalço dele”, revelou Salvadoretti.
Na segunda-feira, a ex-namorada do criminoso, uma menor de 17 anos, contou que terminou o relacionamento um dia antes do homicídio. Segundo ela, Éder tinha muito ciúme dela com o filho. “A namorada dele disse que ele sempre batia na criança, sempre agredia e implicava até com o modo que a criança estava dormindo em certa posição e batia nela”, contou o delegado. A mãe da criança, deficiente auditiva não foi localizada pela polícia.
Ainda segundo Salvadoretti, o homicida se sentiu acuado e acabou se entregando. “Fomos em todos os locais em que ele poderia estar, casa de parentes, ex-namoradas, como o próprio pai dele disse, ele estava perambulando pela rua porque se sentiu acuado. O pai dele o encontrou e o acompanhou até a delegacia”, disse o delegado..
Éder declarou que não considerava Thainan seu filho. “Ele confessou o crime. Apesar de a ex-namorada ter afirmado que ele batia na criança, ele disse que dava apenas palmadas para educar. Porém, no dia do crime, a criança começou a chorar enquanto ele fazia comida. Então ele deu vários socos nas costas do filho e ao constatar que o bebê não estava respirando o envolveu num lençol e o guardou no armário. Em depoimento, ele se disse arrependido, mas admitiu que não gostava muito da criança e não o considerava seu filho”, afirmou o delegado Fabio Savadoretti.
Éder teria tentado fazer um falso registro de ocorrência informando o sequestro do filho na 54ª DP (Belford Roxo). Morador da Favela Três Irmãos, no bairro Jardim Ideal, ele contou que traficantes da Favela Castelar, facção rival à que controla a Três Irmãos, haviam levado a criança e a namorada. Familiares desconfiaram da história e encontraram o corpo da criança enrolado em um lençol no armário da casa do acusado. “Ele tentou fazer um registro de sequestro para desviar a atenção, a própria família dele desconfiou, foi no local e encontrou o corpo com sinais de asfixia e espancamento no rosto, nas costas, nas pernas e nos braços. Foi isso o que mais mexeu com a equipe para pegar esse assassino cruel”, contou o delegado do caso. Éder vai responder por homicídio triplamente qualificado e pode pegar até 30 anos de cadeia.
Menina desaparecida é encontrada morta
Foi encontrado ontem o corpo da menina Diane Vitória Silva dos Santos, de 5 anos, desaparecida desde a manhã de domingo (17), em Duque de Caxias. O cadáver estava escondido em uma fossa atrás da casa da família, na Rua B, em Saracuruna, e foi localizado pela polícia com a ajuda de cães farejadores.
O principal suspeito do crime é o padrasto da criança, Edvaldo Delmiro, de 26 anos. Ele foi levado para a 60ª DP (Campos Elísios) e confessou o assassinato. Segundo um agente da delegacia, o homem disse que não sabe o motivo de ter estrangulado Diane até a morte e que teria consumido drogas na noite anterior ao crime. A polícia pediu a prisão temporária Edvaldo Delmiro.
por Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)
