Baixada ganha reforços na luta contra Aedes aegypti

De acordo com especialistas, a melhor forma de evitar a Dengue, Zika vírus e Chikungunya é combater o mosquito Aedes aegypti, tranmissor das doenças, principalmente nos focos de acúmulo de água, que são locais propícios para a reprodução. Os agentes de saúde, responsáveis pela prevenção da proliferação do inseto, terão acesso garantido a imóveis em caso de epidemias, mesmo se o local estiver trancado ou desabitado. É o que determina a Lei Estadual 7.110/15, publicada no Diário Oficial do dia 23 de novembro. Na Baixada Fluminense, as prefeituras municipais intensificam o trabalho realizado por esses profissionais, responsáveis por orientar a população.

Em Nova Iguaçu, novos “carros fumacê” intensificam o combate na cidade. Segundo a secretaria de Saúde da cidade, cinco veículos foram adquiridos pela prefeitura para percorrer os bairros com maior número de casos de dengue e Zika Vírus. “A Secretaria de Saúde criou uma programação para que os bairros tenham a cobertura do ‘carro fumacê’ de forma eficiente. Os três primeiros locais visitados foram Comendador Soares, Miguel Couto e Grama”. Outros cinco veículos devem chegar ainda esse ano para aumentar a frota.

Ao longo do ano, os agentes da Vigilância Ambiental de Nova Iguaçu realizaram mais de 1,5 milhão de vistorias. As equipes fiscalizam periodicamente 347 pontos considerados estratégicos para a proliferação do mosquito e aplicam larvicidas, cerca de dez mil capas para caixas d’água também foram distribuídas em 2015. Além disso, a prefeitura tem investido em campanhas publicitárias para sensibilizar a população. “A secretaria tem atuado em várias frentes ao longo do ano para evitar que o mosquito se prolifere e temos tido êxito”, informou o secretário de Saúde da cidade, Luiz Antônio Teixeira Jr.

Ainda segundo o secretário, um novo plano de ação foi traçado em Nova Iguaçu para combater o Aedes Aegypti. “Diante das últimas informações sobre a gravidade do Zika Vírus, estamos preparando um novo plano de ação, que vai começar com o treinamento de cerca de 1.500 agentes comunitários de saúde e agentes da vigilância ambiental. Vamos criar também um dia Z contra o Zika com ações nos bairros. A meta é não dar brecha para o mosquito”, anunciou Luiz Antônio Teixeira Jr. Em caso de denúncia sobre focos do mosquito Aedes Aegypti, a população pode procurar a ouvidoria da Vigilância Ambiental através do telefone: 2668-2300.

Em Belford Roxo, a subsecretaria de Vigilância em Saúde está orientando a população a respeito da prevenção. Além disso, segundo a prefeitura do município, 538 Agentes de Combate a Endemia (ACE) receberam na manhã de sexta-feira (4) certificação para auxiliar na luta contra a dengue. “Assim como os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), os ACE são responsáveis pela vistoria de residências, depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais para buscar focos endêmicos”, explicou a prefeitura. O ACE é responsável por fazer uma inspeção cuidadosa de caixas d’água, calhas e telhados; aplica larvicidas e inseticidas, além de orientar a comunidade quanto à prevenção e tratamento de doenças infecciosas.

No município de Duque de Caxias, 698 Agentes de Endemias, distribuídos nos quatro distritos. Segundo Alessandro de Deus Mello, coordenador de Vigilância Ambiental Controle de Vetores e Zoonoses da cidade, os agentes realizam visitas domiciliares acada dois meses. “No mês de intervalo das mesmas, os agentes irão fazer um Levantamento de Índice Rápido para Aedes Aegypti (LIRA) que nos fornece a taxa de infestação do mosquito”, contou o coordenador. Ainda segundo Mello, no último levantamento feito na cidade, foi apresentado o resultado 2.1, que significa Médio Risco.

O município tem o Disk Dengue, através do número 0800 – 2827-788. A população pode solicitar serviços referentes ao combate ao mosquito na cidade.

Em Queimados, no próximo dia 18, será realizada a Caminhada contra a Dengue, que dará início a campanha de combate ao Aedes aegypti no município. Segundo a prefeitura da cidade, a caminhada irá acontecer no bairro Porteira, o local com os maiores índices de infestação do mosquito na cidade. A partir das 9h, a caminhada sairá em direção à Avenida Dr. Pedro Jorge, no Centro da cidade. De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Dra. Fátima Sanches,a cidade se mantém no estágio intermediário de controle da dengue, com 1,84% da população infectada pelo vírus. “De acordo com o último Lira (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti), a Porteira é o único ponto que pede estado de alerta, mas todo o Brasil está em estado emergencial, precisamos trabalhar na prevenção. Pedimos que as famílias tomem os cuidados necessários e ao perceber os sintomas, que procurem as Clínicas da Família ou nossas Unidades Básicas de Saúde”, destaca. Em Queimadoso Disk Dengue atende pelo número: 2665-3939.

Você sabe diferenciar Dengue de Zika?

– Dengue:

Doença: Dentre as três, é a mais conhecida e presente no Brasil. O país vive hoje uma epidemia da doença.

Transmissão: O vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypti.

Sintomas: Febre alta (geralmente dura de 2 a 7 dias), dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Nos casos graves, o doente também pode ter sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal, vômitos persistentes, sonolência, irritabilidade, hipotensão e tontura. Em casos extremos, a dengue pode matar.

Tratamento: A pessoa com sintomas da dengue deve procurar atendimento médico. As recomendações são ficar de repouso e ingerir bastante líquido. Não existem remédios contra a dengue. Caso apareçam os sintomas da versão mais grave da doença, é importante procurar um médico novamente.

– Zika:

Doença: A doença pode ter sido detectada na Bahia, mas ainda não está confirmada. A suspeita é de que ela tenha sido trazida para o Brasil durante a Copa do Mundo.

Transmissão: Mais uma vez, o Aedes Aegypti é o vilão da história. Mas o vírus também é transmitido pelo Aedes Albopictus e outros tipos de Aedes.

Sintomas: O vírus não é tão forte quanto o da Dengue ou da Chikungunya e os pacientes apresentam um quadro alérgico. Os sintomas, porém, são parecidos com os das doenças “primas”: febre, dores e manchas no corpo. Quem é infectado pelo Zika também pode apresentar diarreia e sinais de conjuntivite.

Tratamento: Assim como nas outras viroses, o tratamento consiste em repouso, ingestão de líquidos e remédios que aliviem os sintomas e que não contenham AAS.
Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)