
Mães, pais, esposas, parentes e amigos de policiais assassinados em todo o estado do Rio de Janeiro farão, amanhã, em Nova Iguaçu, um protesto contra a crise na segurança. A concentração do ato será a partir das 9h, em frente à prefeitura, na Rua Ataíde Pimenta de Morais, nº528. Haverá uma caminhada pela Via Light até o Centro da cidade.
O ato tem como finalidade lançar luz sobre a atual situação dos policiais para que as autoridades locais e regionais tomem providências que deem a eles mais segurança. Com dificuldades logísticas e financeiras as policias do Rio de Janeiro enfrentam um das conjunturas mais complexas da história do estado.
“Nos últimos dez anos foram desembolsados mais de 10 bilhões para a área de segurança pública. Mais do que para a área de educação do estado do Rio, o resultado é evidente”, afirma Adriano Dias, fundador da ComCausa. “Com todo este investimento não vimos mudanças, pelo contrário, somente o agravamento da situação. A morte de policiais é sintomática, principalmente dos policiais militares, que estão na linha de frente da sociedade”, completa.
A manifestação foi marcada após o assassinato do PM Fabiano de Brito e Silva, de 35 anos, na ultima sexta-feira (21). Mas neste fim de semana outro policial foi morto. O sargento Hudson Silva de Araújo morreu madrugada de domingo (23), após ser baleado no Vidigal, no Leblon. Foi o 91º PM assassinado no estado do Rio este ano. Cerca de outros 170 foram baleados. Policiais civis e agentes da Polícia Rodoviária Federal também estão entre os atingidos, mas 90% eram PMs. Muitos em comunidades tidas como pacificadas.
“Não vai acabar! Vai continuar morrendo policial e moradores enquanto não houver coragem para uma reformulação na visão da política de segurança pública e os municípios assumirem sua responsabilidade na prevenção”, afirmou Adriano Dias, que integrou o Gabinete de Gestão Integrado de Segurança pública quando foi subsecretário e Nova Iguaçu.