
Foto: Simone Silva/Divulgação/PMQ
Um mergulho na piscina e a vida tomou outro rumo para o ex-supervisor de operações e morador de Queimados, Alexandro Moraes, de 35 anos. De uma hora para outra, as preocupações de sempre, como o relatório da empresa, o IPVA do carro e as dívidas, deram lugar a um único cuidado: recuperar a saúde e os movimentos. Em fevereiro do ano passado, durante um churrasco com os amigos, ele fraturou a medula e ficou tetraplégico após sofrer um acidente na piscina. Há três meses, desde quando iniciou o tratamento da deficiência física no setor de fisioterapia e reabilitação do Centro de Tratamento de Hipertensão e Diabetes (Cethid), a esperança de ter uma vida normal voltou a fazer parte do seu dia a dia. Além de Alexandro, outros 1,2 mil pacientes de municípios da Região Metropolitana realizam todo mês tratamento no espaço reinaugurado há pouco mais de um mês.
O setor tem duas salas com esteiras, bicicletas ergométricas, halteres de academia (pesos), barra paralela, espaldar para alongamento e fortalecimento muscular, escada/rampa para trabalhar a coordenação motora, discos proprioceptivos para o equilíbrio, bolas para exercícios de pilates, além de ultrassom e infravermelho para relaxamento muscular. As equipes serão compostas por um cardiologista, um enfermeiro, oito fisioterapeutas, um educador físico e um técnico de enfermagem. Antes de fazer tratamento pelo menos duas vezes por semana, Alexandro colocou uma prótese de titânio no ano passado, porém, só mexia os olhos e passou quase um ano nesta condição, sem movimentar nada do pescoço para baixo. No início deste ano, no entanto, os movimentos foram voltando aos poucos – na ocasião, fazendo fisioterapia em casa, através de seu plano de saúde -, mas o trabalho, segundo ele, “era lento e limitado”. Foi então que recebeu a sugestão de uma colega de trabalho para buscar procurar atendimento no Cethid. “Em 3 meses, avancei muito mais do que em um ano em casa. Quando cheguei não me sustentava sentado, a mão não fechava, não tinha força, nem movimentos. Agora eu tenho segurança, mobilidade e força”, diz Alex abraçando a fisioterapeuta Priscila Amorim responsável pelo seu tratamento.
De acordo com a profissional, a determinação dele aliada aos equipamentos mais adequados ao seu quadro, podem colaborar para a recuperação dos seus movimentos. “O Alex tem muita fé e força de vontade, isso comanda toda a sua recuperação. Temos muita esperança, pois os exercícios motores e a recuperação elétrica funcional estão mudando muito seu quadro”, expõe. Alex hoje já consegue levantar três quilos, mas ele quer muito mais, quer voltar a andar e recuperar o trabalho e a vida que tinha. Após o sucesso no tratamento, a esperança foi retomada e a família até já se mudou do município vizinho, Nova Iguaçu, para Queimados, como forma de facilitar o acesso duas vezes por semana ao tratamento.
Centro tem diversos recursos para deficientes
No Cethid, Alexandro e outras pessoas com deficiência física também recebem acompanhamento médico complementar com nutrição, fonoaudiologia e reabilitação cardíaca. No setor de fisioterapia, também são atendidos pacientes com paralisia facial, pessoas que tiveram membros amputados e pacientes com distúrbio nervoso causado pelo diabetes. O mais comum, ainda, segundo o diretor médico do Cethid, Altair Soares, são pacientes com sequelas geradas por um Acidente Vasculhar Cerebral (AVC). “Uma pessoa que passou por um AVC tem à disposição nutricionistas, fonoaudiólogos, cardiologistas e fisioterapeutas, mas a aparelhagem dos centros de reabilitação também fazem grande diferença na qualidade e na rapidez do tratamento”, explica.
Para a Secretária Municipal de Saúde, Dra Fátima Sanches, o equipamento de ponta e o tratamento integral são os responsáveis pela recuperação rápida. Segundo ela, cerca de 40% dos atendimentos são de pacientes de outras cidades. “Eles passam por diversos dispositivos e uma equipe totalmente integrada trabalha na sua recuperação com equipamentos e métodos modernos. A fonoaudiologia, por exemplo, criou o Coral Superação como forma de tratamento e está devolvendo a fala para muitas pessoas de maneira mais lúdica”, destaca a secretária.
O Cethid está localizado na Rua Onze s/n – Vila Pacaembu, Queimados – RJ e funciona todos os dias das 8h às 17h, com agendamento e consultas com hora marcada. O telefone para contato é 2665-6986.