O domingo será especial para os frequentadores do Grupo Espírita da Fraternidade Irmã Scheilla. A casa, localizada no Caonze e uma das mais conhecidas de Nova Iguaçu, irá homenagear seu fundador, o professor Newton Gonçalves de Barros, que completaria 100 anos neste dia 13 de setembro.
A casa abre as portas a partir das 10h, com palestras voltadas para o espiritismo. Às 12h será servido almoço, no valor de R$ 10 por pessoa (o dinheiro arrecadado é revertido para a manutenção da sede). Em seguida, os palestrantes Sara Maria e Marcos Antônio Vieira farão um seminário espírita sobre a história do professor Newton.
“Newton queria unificar a literatura, religião e sua vontade de ajudar pessoas carentes e doentes. Logo, fundou a Casa Irmã Scheilla, em novembro de 1956, com o intuito de levar a palavra de Deus às pessoas em forma de amor e solidariedade, sem ganhar nada em troca”, conta saudoso, Abdalla Arydes, administrador do Centro Scheilla.
Com o tempo, o local começou a ter uma grande demanda. Cerca de 200 pessoas eram atendidas por dia, e queriam procurar por Deus, por uma ajuda espiritual, além, da carência de solidariedade. Foi então que o professor Newton Gonçalves passou a oferecer refeições, roupas, cestas básicas. “Ele tinha um amor pelo os pobres. Queria ajudar a todos. Professor Newton foi fundador, amigo e um grande homem”, afirma Abdalla.
O professor Newton contou com a ajuda de pessoas próximas para dar continuidade ao Centro Espírita até 1997, ano de sua morte. Hoje, a Casa Irmã Scheilla tem 58 anos de história, prestando solidariedade aos mais necessitados e oferecendo palavras de conforto aos que buscam no Kardecismo o caminho de Deus.
Uma vida dedicada ao conhecimento e ao kardecismo
O Professor Newton, nasceu em Cachoeira Paulista (São Paulo) em 13 de setembro de 1915, filho primogênito, teve três irmãs. Alfabetizou-se em Valença em um Centro Espírita que foi reinaugurado por seu pai. Desde sua infância, acompanhava seus pais nas atividades espíritas e sempre teve interesse em entender o plano espiritual.
De família humilde, Newton conseguiu estudar por meio de bolsas de estudos e trabalhava vendendo café e pastéis na rodoviária de sua cidade para ajudar seus pais, em Lorena (SP). E posteriormente, passou a dar aulas de Matemática para crianças, em sua residência. E mesmo com o medo de perder a bolsa de estudos, o rapaz sempre procurou ser amigo de padres e professores, pois admirava a forma que eles transpassavam o conhecimento aos alunos. Já na adolescência, Newton voltou para sua cidade natal e quis seguir os passos de seu pai e se tornou jornalista, fazendo suas primeiras crônicas e pequenos artigos para um jornal da região.
A partir dali, sua jornada só estava se iniciando. Ele passou a escrever livros kardecistas, e descobriu duas paixões: a literatura e o espiritismo. Seu objetivo nos livros era expor a existência do plano espiritual.
Sua trajetória cultural é longa e assim, viu que poderia expandir seu conhecimento. Logo, migrou para Nova Iguaçu, traçando uma história de amor, comunhão e solidariedade. Tornou-se fundador da antiga Arcádia Iguaçuana de Letra, também foi professor no Colégio Leopoldo. Newton Gonçalves escreveu durante anos artigos para jornais, inclusive para o Jornal de Hoje.
