
Foto: Jota Carvalho
A terça-feira (18/10) entrará para os anais da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu como um dia para ser esquecido ou registrado no almanaque das bizarrices políticas mescladas com cenas de barraco explícito. A sessão da Casa do Povo, lotada, surpreendeu até mesmo os próprios parlamentares. Supressão de documento, ‘picotes’ do mesmo dentro da privada e parlamentar sendo detido pela Polícia Militar foram algumas das ‘ocorrências’
Na pauta principal, a expectativa da votação que determinaria ou não a derrubada da lei do prefeito Bornier que proíbe ensino sexual para crianças nas escolas públicas da cidade. O autor da proposição, Carlos Ferreira (PT), terminou como pivô da confusão generalizada. Ele foi acusado por seus colegas de cometer infração administrativa ao rasgar o próprio projeto de revogação e jogar no vaso sanitário do banheiro anexo ao plenário e ainda no campo penal ao desferir um soco no rosto do também vereador Carlinhos Presidente (PHS), que revidou a agressão. “Esse cidadão está nos envergonhando; envergonhando a Câmara e fazendo papel de marica. Por que ele não vem debater com a gente em vez de fazer o que fez e se esconder?”, disse Denilson Ambrósio, na tribuna, enquanto o petista recebia ordem de prisão de Carlinhos (terceiro-sargento da PM) e negociava sua ida à 52ª DP, palco do segundo capítulo da ‘novela burlesca’, com ares de comédia pastelão.
Ferreirinha saiu da Câmara escoltado por PMs e foi levado no camburão até a delegacia de polícia civil no Centro, onde prestou depoimento por mais de três horas. Enquanto saía do local, antes de entrar em seu carro, o presidente do Poder Legislativo, Maurício Morais (PMDB) confirmou ao JORNAL DE HOJE, que a votação foi interrompida e retomada. “A proposta foi rejeitada por 26 votos a zero”, informou.
O JH ouviu os vereadores, Carlinhos Presidente (PHS) e Denílson Ambrósio (PSB) (confira no link https://www.facebook.com/groups/586336001496356/), mas não conseguiu falar com Ferreirinha, após seu depoimento aos policiais, conforme combinado com sua assessoria jurídica. Um dos advogados Anderson Batata, ex-secretário de Cultura da Cidade, disse que ele fora embora bastante cansado, mas que marcaria uma entrevista futuramente.
‘Revoltados Online’ e ‘Brava Gente’ contra cartilha

Iguaçuano, pai de cinco filhos, Farid Assed, 41 anos, está nas ruas desde 2013 contra a corrupção nos governos Lula e Dilma Roussef. Ele administra nas redes sociais os Movimentos Brava Gente e Revoltados Online, com dois milhões de seguidores nas redes sociais e responsáveis pelas maiores mobilizações dos eventos de rua em Copacabana e Centro do Rio. Na sua luta contra ideologia de gênero, Farid é apoiado por quase todos os vereadores de Nova Iguaçu e pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Indignado com a tentativa do PT de revogar a lei que proíbe a distribuição de cartilhas com orientação sexual para crianças de seis a 10 anos de idade, Farid também mandou fazer uma cartilha para mobilizar a sociedade iguaçuana na “defesa dos princípios da família” e vai distribuí-la “o mais rápido possível“.
No documento, o Revoltados Online e o Brava Gente, que lutam contra ideologia de gênero em todo o País, estão alertando as famílias de Nova Iguaçu para que fiquem atentos sobre o ”significado doloso” da proposta do vereador Carlos Ferreira, Ferreirinha (PT), candidato a vice-prefeito de Rogério Lisboa, de acabar com a proibição das cartilhas de orientação sexual para crianças da rede de ensino púbico em Nova Iguaçu. “Vamos às ruas, com garra, lutar contra a ideologia de gênero. Nossos filhos serão educados pelos princípios da família e não pela ideologia que o PT tenta impor em Nova Iguaçu”, destaca Farid.
por Jota Carvalho