
O delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Fábio Cardoso, concluiu que Milton Severiano Vieira, o Miltinho da Van, de 32 anos, matou a noiva Cícera Alves de Sena, conhecida no meio artístico como Amanda de Bueno, de 29 anos, no último domingo (19) por motivos passionais. Preso preventivamente pelo crime, ele foi transferido, na segunda-feira (20), para o Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O delegado relatou que durante o depoimento, Milton contou que no dia seguinte ao noivado do casal, a dançarina disse teria duas revelações do seu passado para fazer ao companheiro. Durante a conversa, Amanda contou que havia trabalhado na boate de striptease Império e que foi condenada por tentar matar uma colega, dentro do estabelecimento, na cidade de Taguatinga, em Brasília.
Na casa em que moravam, na Posse, em Nova Iguaçu, os dois discutiram o assunto e com ciúmes, Miltinho chegou a ofender a ex-dançarina. Três dias depois, ele marcou um almoço com uma ex-namorada e durante a refeição, em que também bebeu cerveja, o ex-casal fez fotos e vídeos, que foram enviados pela moça para Amanda. Ao voltar para casa, tiveram mais uma briga, por ciúmes de ambas as partes.
Condenação por tentativa de homicídio
No dia 26 de agosto do ano passado, Amanda Bueno foi condenada a oito anos de reclusão por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. Na sentença, o juiz João Marcos Guimarães Silva, do Tribunal do Júri de Taguatinga, pondera, entretanto, que como a dançarina de funk respondeu o processo em liberdade, não havia “motivos para a decretação de sua prisão preventiva ou de qualquer medida cautelar”.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, por volta de meio-dia do dia 25 de outubro de 2007, Amanda atirou com um revólver calibre 32 em Railene Pereira de Menezes, na boate Império. Segundo a vítima, ela era garota de programa no local e a discussão começou porque a dançarina teria “mexido, revirado e sujado” os pertences do quarto de Amanda quarto, dentro da boate.
Relembre o caso do assassinato
Miltinho da Van jogou a dançarina no jardim e bateu com a cabeça dela pelo menos 12 vezes no chão após a discussão do casal. Em seguida, deu dez coronhadas na funkeira. Com uma pistola fez cinco disparos em direção a Amanda e finalizou com um de escopeta. Após matar a noiva, roubou um Gol na porta da casa onde moravam e seguiu para a Rodovia Presidente Dutra onde acabou sendo capturado após se envolver em uma colisão e capotar na altura do município de Queimados.
Quatro assassinatos em três dias
Amanda Bueno foi mais uma mulher assassinada por um companheiro em três dias. Além da dançarina, outras três mulheres foram mortas pelo companheiro. Mylena da Silva Bessa, de 27 anos, foi morta por Gutemberg Augusto Martins Gonçalves, de 53, no último sábado (18) a tiros dentro do carro de um amigo, em Charitas, Niterói. Segundo as investigações, o acusado tenha cometido o crime por não aceitar o término da relação com Mylena, com quem tem um filho de seis anos.
A empregada doméstica Maria José Barbosa, de 29 anos, foi assassinada pelo marido Cícero Antônio Rodrigues da Silva, de 43 anos. Cícero confessou que matou a mulher a pauladas e, além disso, enterrou o corpo no quintal de casa, domingo (19), no bairro Ampliação, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio. Em Eirunepé, no interior do Amazonas, Márcia Xavier de Lima, de 21 anos, foi morta na segunda-feira (20) com uma facada pelo próprio marido, José Anderson da Silva de Souza, de 24, que fugiu após o crime. Segundo a polícia, o suspeito teria matado a esposa porque ela não quis fazer o jantar. Ele foi autuado por feminicídio.