Companhia Adorart de B. Roxo desperta paixão pela arte de representar

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
Jeffeson Alencar reunido junto ao elenco no ensaio da peça que será apresentada hoje Rafael Barreto/SECOM

Em um cenário onde a oportunidade é precária e nem sempre a vontade de ajudar vem em primeiro lugar, está a Companhia de Teatro Adorart de Belford Roxo. Com o objetivo de socialização, o grupo oferece gratuitamente oficinas de teatro e a chance de se profissionalizar para aqueles que se descobriram nas artes cênicas e não tem recursos suficientes para desenvolvê-la.
Em 2010, quando iniciou os trabalhos, na Igreja Nova Vida, em Heliópolis, eram apenas seis integrantes. As oficinas de teatro aconteciam na própria igreja com a direção do seu fundador e professor, Jefferson Alencar, de 28 anos. Em seu primeiro espetáculo, ‘A Paixão de Cristo’, o grupo conseguiu reunir um número grande de pessoas de diferentes lugares.
Sem recursos suficientes para os espetáculos, os integrantes usavam figurinos improvisados e trabalhos artesanais. Para se manter, os participantes vendiam almoços, balas e trufas na igreja, água em jogos de futebol e no carnaval para conseguir fundos para a realização das peças. Ao longo do ano, a companhia continua com a oficina de teatro juntando cada vez mais pessoas que nunca tiveram contato com o meio, que através desse trabalho, se apaixonaram pela arte. Prepararam pessoas que atualmente trabalham na área, apresentam espetáculos infantis e alguns que são montados para serem apresentados nas praças públicas.
Segundo Jefferson Alencar este ano, é a primeira vez que o grupo recebe o apoio da Prefeitura de Belford Roxo. “Com essa colaboração da Prefeitura vamos melhorar a qualidade dos espetáculos podendo trazer cada vez mais o teatro para perto das pessoas e despertar o interesse naqueles que não achavam uma direção além da formação de platéia a arte de representar,” disse Jefferson.
A companhia já conseguiu reunir pessoas que estavam com uma vida ociosa e outras que não tinham recursos para arcar com escolas de teatro que hoje se apaixonaram pela arte e que estão encaminhados em outras companhias ou que começaram seus próprios trabalhos.
“O teatro ajuda bastante as pessoas que não tem uma direção na vida, incentiva e motiva as pessoas”, disse Davi Domingos, de 21, morador de Heliópolis. Ele disse ainda que desde pequeno foi incentivado pela mãe a fazer teatro, mas não tinha recursos para fazer um curso. “Soube da Companhia Adorart por um amigo e comecei a freqüentar os ensaios. Hoje me preparo para o espetáculo ‘A Paixão de Cristo’ que acontece em Belford Roxo”, comentou Davi.
Davi aprendeu várias técnicas com o Jefferson e é grato a ele por ter conseguido se desenvolver. Também conseguiu dar entrada em seu registro de ator provisório e agora está buscando o definitivo para se desenvolver no ramo.
Jefferson Alencar destacou a importância da arte na vida de muitos jovens que estavam perdidos. “Todos os trabalhos que fazemos tem o objetivo de descobrir novos talentos, ajudando a se desenvolverem e encaminhá-los para o mercado de trabalho”, disse Jefferson.

Meta é socializar comunidades carentes

O líder comunitário da Favela do Lixão, em Duque de Caxias, conheceu o trabalho da Companhia de perto e gostou. Contatou o Jefferson com o intuito de levar para a comunidade e poder promover a socialização de pessoas carentes, que estão no ambiente do tráfico e dar uma chance de uma nova vida. O projeto está em discussão e previsto para iniciar no próximo ano. A companhia já se apresentou em Nova Iguaçu para um público médio seis mil pessoas.
As escolas de teatro mais próximas são no Rio de Janeiro e existe uma dificuldade para os moradores da Baixada que estudam, trabalham e tem uma situação financeira desfavorável. Se deslocar para o Rio já é um desafio, e quando chegam lá, tem audições para entrar em cursos e escolas que para as pessoas que estudam e tem material que podem se aprofundar é mais fácil de conseguir ingressar.
Para o fundador da Companhia Adorart, Jefferson Alencar. “Poucas escolas de teatro são gratuitas no Rio de Janeiro, e quando os processos de audições são abertos, existe uma procura absurda, dificultando a chance de entrar”, afirmou Jefferson que ainda mencionou um futuro projeto que pretende abrir: um curso profissionalizante de teatro em Belford Roxo para atender a população local e adjacente, onde possa acontecer o encaminhamento dos atores ao sindicato e conseguir o registro.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!