
Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
O corpo do diretor administrativo do Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Posse, Fernando de Oliveira Magalhães, foi enterrado na tarde desta sexta-feira (11), no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu. Cerca de 300 pessoas, entre parentes e amigos, prestaram as últimas homenagens a Fernando, executado com cerca de 15 tiros, no início da noite de quinta-feira, no bairro Caonze, em Nova Iguaçu, quando saía do Grupo Espírita da Fraternidade Irmã Scheilla, na Rua Comendador Francisco Baroni. Fernando, que tinha 52 anos, trabalhava há dois anos e meio na unidade, onde ocupava o cargo de diretor administrativo. Ele deixa mulher, Valéria Magalhães, e quatro filhos.
O diretor geral do Hospital da Posse, Dr. Joé Sestello, esteve no enterro e elogiou a índole do amigo e colega de trabalho. “A morte do Fernando pegou a equipe de surpresa. Ele era uma pessoa muito tranquila, equilibrada e religiosa. Não consigo encontrar nenhuma explicação para tal brutalidade. Ele não fazia parte da equipe de licitação, então, não vejo como estar ligado à função dele”, declarou o diretor, que prestou depoimento na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o caso.
O delegado auxiliar da especializada, Evaristo Porto Magalhães, disse que ainda é muito cedo para levantar suspeitos. “Equipes da DHBF estão nas ruas realizando diligencias para buscar novas testemunhas e mais imagens de segurança. Já conseguimos recuperar algumas imagens e estamos trabalhando para desvendar este crime”.
O delegado disse ainda que a principal linha de investigação é a execução, devido à quantidade de disparos efetuados. “Recolhi algumas imagens que podem ajudar a esclarecer o crime e estou analisando uma que mostra dois homens numa moto abordando o Fernando, mas ainda está cedo para afirmar qualquer coisa”, explicou.
Um dos filhos da vítima, Rodrigo Périco, de 25 anos, esteve na DHBF na manhã de ontem e disse que o diretor do Hospital da Posse não tinha inimigos. ”Meu pai nunca me relatou nenhum problema. Era uma pessoa do bem, que gostava de ajudar todo mundo. Não sabemos quem pode ter feito isso nem o motivo”, disse o jovem.
O velório aconteceu durante todo dia no Grupo Espírita da Fraternidade Irmã Sheila, onde amigos e familiares compareceram para a última despedida. No local, nenhum familiar quis se manifestar sobre o ocorrido.
Tom de despedida
Em seu perfil em uma rede social, Fernando de Oliveira Magalhães publicou sua última atualização, na manhã do dia de sua morte, com dizeres que soaram como despedida. “vem suave brisa de amor fraternal em preces… Proferidas por nossos irmãos comprometidos com nossa evolução…
Em viagens de vida nesta escola de amor e caridade… A qual nossos laços de amizades se consolidam em vibrar de justiça e amor… Ó tão belo exercício de assistência mútua, num viajar nas pluralidade de nossas existências… Essas paragens do ir e vir fraternal a qual a boa nová já nos trouxe notícias de diferentes moradas… Mas a certeza da assistência dos nossos verdadeiros irmãos no transpor destes mundos em caridade a amor desta divina escola viver…”
Diretor geral sofreu atentado em 1997
Este não foi o primeiro caso de atentado contra pessoas da chefia do Hospital Geral de Nova Iguaçu. Em agosto de 1997, João Ricardo Piloto sofreu um atentado quando era diretor-geral do hospital. Na ocasião, ele foi baleado com quatro tiros quando passava de carro no viaduto João Mush, no Centro de Nova Iguaçu. Quatro meses depois, o chefe da Radiologia do Hospital da Posse, José Luiz Madrid, foi assassinado com um tiro no pescoço, na Via Dutra, ao sair do hospital. Ele teve morte cerebral constatada horas depois do atentado.