Crise faz consumidor iguaçuano gastar menos no Dia das Mães

Se o Dia das Mães dos anos anteriores aqueceu as vendas com as facilitações fiscais, como a diminuição e isenção do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) nos produtos da linha branca – eletrodomésticos como geladeira, fogão, microondas e freezer – neste ano, com a crise econômica, o foco dos consumidores está em itens mais baratos. A afirmação é do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Nova Iguaçu (CDL), Cláudio Rosemberg, que acredita que dois milhões de reais circulem no mercado iguaçuano, por conta da data, que detém o segundo maior rendimento do segmento e perde apenas para o Natal.
“Esperamos um aumento no faturamento de 5%. Nos dois últimos anos, tivemos números melhores, em torno de 12%. A crise econômica e política em que o país está passando, fez com que ocorresse uma diminuição considerável, infelizmente, neste ano”, disse Cláudio Rosemberg. De acordo com o presidente da CDL, a crise só não abaterá mais a cidade porque o comércio local é forte e referencial. “Nós somos polo centralizador de consumo da Baixada Fluminense, por termos a maior diversidade no comércio. Isso é uma vantagem comparativa”, disse.

Presentes devem custar, no máximo, R$ 150

Os dois milhões esperados para o Dia das Mães no mercado iguaçuano será alcançado, majoritariamente, com compras de até R$ 150, segundo a CDL. Conforme a instituição, a maior parte dos pagamentos será feito em dinheiro.
Juliana Teles, de 20 anos, foi ao Calçadão de Nova Iguaçu com a mãe, Márcia Teles, 39 anos. Elas estão dentro da expectativa esperado no comércio. “Tenho que vir com ela, se não ela compra besteira”, disse rindo, Juliana. Mas quando o assunto é dinheiro, a coisa fica séria. “Vamos pagar em dinheiro, nada de cartões. Esse negócio de pagar só no mês que vem não é bom negócio. Não quero me envolver com dívidas”, disse a mãe.

Roupas e calçados são os mais procurados

Se as expectativas da CDL são de um tímido crescimento, as de Estefania Villasboas, gerente de uma sapataria, indicam vendas menores que as do ano passado. “Ainda não vimos crescimento. Se continuar assim vai ser pior que no ano passado. Temos que atingir metas, mas, os números mostram que o ano não será tão bom”, comentou a profissional durante entrevista ao Jornal de Hoje na quinta-feira, dia 7. A expectativa é que as vendas aumentem até amanhã e que as compras de última hora façam a diferença. “Queremos que os mais atrasados lotem a loja até domingo. E vamos receber todos com a maior atenção possível!”, disse a gerente.

Segurança será reforçada no comércio

Pelas ruas de Calçadão de Nova Iguaçu, segundo a Defesa Civil da cidade, irão
circular mais de trezentas mil pessoas até este domingo (10). Isso faz com que a preocupação com diversos fatores aumente. Segurança, ordem pública e trânsito são alguns deles. Por esse motivo, uma reunião estratégica foi realizada esta semana entre os secretários de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana, Rubens Borborema, de Defesa Civil e Ordem Pública, Luiz Antunes, além do delegado Julio Filho, da 52ª DP (Nova Iguaçu) e o capitão Trindade, representante do 20º BPM (Mesquita). O objetivo foi definir ações que possam dar maior segurança e conforto aos consumidores. A Polícia Militar não revelou quantos policiais irão reforçar o patrulhamento na cidade. A segurança também deverá ser feita do alto, com a observação de policiais e agentes da prefeitura das torres instaladas no Natal passado em pontos estratégicos do Calçadão.

Rio espera crescimento 10 vezes menor que Nova Iguaçu

Pesquisa do Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), que ouviu mais de 500 lojistas da cidade do Rio de Janeiro, mostra que os empresários estimam vender 0,5% a mais no Dia das Mães. A pesquisa contou com a participação de empresários dos setores de vestuário, calçados e bolsas, joias e bijuterias, perfumaria e cosméticos, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis, telefonia celular e CD.
Aldo Gonçalves, presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDL- Rio, disse que os lojistas estão moderadamente otimistas com as vendas no Dia das Mães e a estimativa de crescimento de apenas 0,5% reflete o fraco movimento comercial dos últimos três meses e o quadro econômico atual, com inflação e juros altos. “Apesar desse cenário os comerciantes criaram uma série de estímulos para aumentar as vendas, entre promoções, descontos, sistemas de crédito diferenciados e diversificação de produtos”, explica.
Os lojistas estimam que o preço médio dos presentes por pessoa deve ser de cerca de R$ 140,00 e que os clientes deverão utilizar o cartão de crédito parcelado como forma de pagamento, seguido de cartão de loja, cheque parcelado, a prazo (crediário), dinheiro e cartão de débito.
De acordo com a pesquisa os lojistas acreditam que vestuário, calçados, bolsas e acessórios, joias e bijuterias, perfumes, produtos de beleza, celulares e
eletroeletrônicos devem ser os presentes mais vendidos. Os filhos, maridos e as próprias mães são os que costumam escolher os presentes nas lojas.

Por: Davi Boechat (davi.boechat@jornalhoje.inf.br)