Delegada da DEAM Belford Roxo reforça importância da mulher denunciar seu agressor

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A Dra Danielle Amorim apela para que as vítimas denunciem seus agressores
A Dra Danielle Amorim apela para que as vítimas denunciem seus agressores

A violência doméstica passou a ser um assunto discutido pela sociedade, governo e, principalmente entre as próprias mulheres, que antes permaneciam em sigilo quando agredidas por seus maridos ou parceiros. Hoje em dia, elas buscam ajuda e começam a perder o medo de denunciar seus agressores. Pelo menos é o que mostra uma pesquisa feita pelo serviço de denúncia 180, específico para violência contra a mulher.
Além da disque-denúncia, a DEAM (Delegacia de Atendimento a Mulher) em Belford Roxo está disposta a ajudá-las, para que elas não se calem. Segundo a nova delegada titular da unidade, Drª Danielle Amorim, de 38 anos, a ideia é que as mulheres não se calem diante da agressão.
Segundo ela, nos últimos meses houve um aumento significativo de agressões verbais, físicas e psicológicas, que hoje é um dos assuntos mais comuns e aterrorizantes entre as mulheres. A falta de policiais na unidade, que são apenas 25, faz com que não seja possível abordar todos os casos, a maior parte deles ocorridos às segundas-feiras e feriados prolongados. Mesmo assim, a delegada insiste na importância de registrar a ocorrência. “Todos os casos são importantes. Nenhuma mulher deve tolerar tal agressão, denunciar, não ter medo é a principal ação”, afirma Drª Danielle Amorim.
Mesmo assim, por falta de informação e receio, muitas mulheres não tomam uma atitude e fazem da própria vida um verdadeiro transtorno. No momento da agressão, a vítima deve acionar o serviço de denúncia 180 ou a Polícia Militar, através do número telefônico 190. “Feito isso, os policiais prenderão em flagrante o agressor e o conduzirão à delegacia. Nesse momento, a mulher deve se dirigir até a unidade e representar pelo prosseguimento do inquérito”, explica a delegada.
Se a mulher agredida resolver fazer a denúncia tempos depois da agressão, ela deve procurar a Delegacia da Mulher mais próxima e falar da violência física ou psicológica que vem sofrendo e relatar no boletim de ocorrência que pretende dar continuidade ao processo.

Currículo e experiência para assumir a função

Com apenas cinco anos na Polícia Civil, esta é a primeira vez que a delegada é titular Drª Danielle Amorim de uma unidade. Ela iniciou a carreira em 2010, como plantonista na Delegacia da Tijuca, depois realizou uma breve passagem pela unidade policial de Bangu e foi para o interior do Rio durante alguns meses. Em 2014, ficou na assistência na DH (Divisão de Homicídios) de Niterói, tomando posse na Delegacia da Mulher de Belford Roxo há apenas quatro meses.
Violência emocional também dói

Nova Iguaçu realizou uma campanha para diminuição da violência contra a mulher
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Segundo especialistas, quem sofre de violência emocional, numa relação amorosa, por exemplo, esquece a própria vida, abandona os estímulos e as próprias vontades. Muito do que vive, em geral, tem a ver com o desejo e satisfação do outro, numa submissão imprópria e repulsiva. Isso porque a pessoa tem a tendência a acreditar nas críticas e insultos recebidos, sem forças para argumentar.
Na maioria das vezes, os agressores são pessoas dóceis, simpáticas, que no início do relacionamento se mostram gentis, dispostos a ajudar, querendo resolver problemas desde pessoais até os financeiros, tomando posse da vida da vítima.

Dados mostram que a violência aumenta a cada dia

De acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública), as mulheres representaram 8,5% das vítimas de homicídios no estado, entre janeiro e novembro de 2015, e 7,5% durante todo o ano de 2014. Entre as áreas do estado, a maior ocorrência deste tipo de crime foi em Mesquita: 45 casos. Em seguida, aparece Duque de Caxias, com 36. Só nessas duas áreas somadas, o aumento foi 65%. Em relação ao momento em que a violência começou dentro do relacionamento, os atendimentos de 2014 para o ano 2015 revelaram um aumento de episódios de violência acontecem desde o início da relação (23,51%) ou de um até cinco anos (23,28%).
Os casos de estupro, no Rio de Janeiro, apesar de terem caído 3%, ainda ficaram em um patamar alto, com 5.676 registros. A pesquisa também chama atenção para o fato de a maioria das vítimas, entre as mulheres, serem crianças ou adolescentes: cerca de 60%. As vítimas com até 13 anos são 45,5% do total.
O fato curioso é que o autor dessa violência é geralmente alguém com que ela conviveu, conheceu ou que ela teve uma relação de afeto, bem próximo.
No Brasil, os homicídios cresceram mais fortemente entre as mulheres. Considerando-se a população geral, o crescimento foi cerca de 4%. Entre as mulheres, esse aumento foi 18%. A violência contra o gênero segue vitimando milhares de brasileiras reiteradamente: 43% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal.
Os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2014. Enquanto, no mesmo período, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em dezembro de 2014.

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