
Há pouco mais de um ano, a Baixada Fluminense concentrava as cinco áreas com mais letalidade violenta. Em outras palavras, naquela época, em nenhum lugar do Rio de Janeiro matava-se tanto como na região. E foi buscando melhorar esse cenário que as quatro delegacias de Duque de Caxias em conjunto com o 15ºBPM (Duque de Caxias) atingiram as metas estipuladas pelo Sistema Integrado de Metas do Estado (SIM), no primeiro semestre desse ano.
Depois de quatro anos, a Baixada volta a alcançar as metas estabelecidas pelo governo. A frente da 59ªDP (Duque de Caxias), a delegada Juliana Emerique, receberá no próximo dia 10 a premiação pelo primeiro lugar no índice de redução de criminalidade do Estado. “Esse prêmio vem para alicerçar a integração do trabalho da Polícia Civil, com as quatro delegacias de Caxias, e o 15°BPM”, disse a delegada titular. Juliana Emerique acredita que o compromisso com a Baixada fez a diferença. “Um dos motivos do sucesso foi justamente juntar pessoas com comprometimento com a Baixada Fluminense. Na 60ªDP em Campos Elíseos temos o Dr. José Moraes Ferreira, na 61ªDP (Xerém) o Dr. José de Moraes Ferreira, na 62ªDP em Imabriê o Dr. Marcos Santana Gomes e a frente do 15ºBPM o tenente coronel João Busnello, que desejam o melhor para a região”, complementou.
Os indicadores levados em consideração para o prêmio foram letalidade violenta, que compreende homicídio doloso, homicídio decorrente de intervenção policial, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, roubo de veículo e roubo de rua, que inclui roubo a transeunte, roubo de celular e roubo em coletivo. Recentemente o Instituto de Segurança Publica do Estado (ISP) divulgou a queda de quase 30% dos homicídios na região, comparado ao mesmo período do ano anterior. Nos primeiros cinco meses deste ano foram registrados 681 casos contra 932 no ano passado. A Baixada Fluminense teve a queda mais significativa no estado. Para a delegada, os números indicam que está sendo traçado o caminho certo. “Não está bom, pra mim os números ainda estão altos, mas perto do que estava a redução significativa mostra que estamos no caminho certo e que daqui pra frente vamos ter mais diminuição na Baixada”, frisou a delegada.

A delegada destaca que em Caxias, o trabalho da polícia é integrado com as secretarias municipais. “Aqui nós temos integração com as secretarias. Segurança envolve também trocar uma lâmpada de um poste, cortar um mato alto. Não é só a polícia fazendo. A segurança em Caxias é sempre em prol do cidadão” declarou a delegada.
Durante o primeiro semestre as delegacias da Baixada realizaram prisões expressivas. “Aqueles que não conseguiram a meta foram por questões milimétricas. É visível que existe um empenho de todos os delegados e comandantes da região para diminuir os índices. A 62ªDP, por exemplo, prendeu um pai que torturava um filho deixando dentro de uma jaula, a 60ªDP desvendou rápido o desaparecimento de uma criança que havia sido morta pelo padrasto”, comentou.
Em 2014, à frente da 53ªDP (Mesquita), Juliana Emerique recebeu o título pela Melhor Delegacia do Brasil (Prêmio Altus) enquanto esteve à frente da 52ªDP (Nova Iguaçu). Ainda em 2014, ela foi escolhida a policial do ano pelo Jornal Imprensa Policial e esse ano receberá a premiação do Sistema Integrado de Metas pelo primeiro semestre de 2015.
Grandes prisões na Baixada

Foto: Ivan Teixeira
Foragidos da Polícia são encontrados em Nova Iguaçu. Em junho desse ano, a 58ªDP (Posse) capturou Fabio Vinicius da Silva Fernandes, de 32 anos, acusado pelo roubo de residências na Baixada Fluminense. Segundo o delegado titular da unidade, Paulo Roberto Freitas, DJ, como é conhecido o preso, era gerente do tráfico na comunidade da Cidade Alta, Zona Norte do Rio. “Essa prisão do Fábio foi muito importante para nós. Ele foi pego aqui em Nova Iguaçu roubando residências. Praticaram roubos em São João de Meriti, mas acreditamos que tenham feito outros roubos pela baixada”, disse o delegado.
Já na área da 52ªDP (Nova Iguaçu), PMs do 20º BPM (Mesquita) prenderam na última quarta-feira (1º), Alan Tomé da Silva Souto, o Palhacinho. Ele foi capturado ao tentar escapar de um cerco feito por policiais da 21ª DP (Bonsucesso) na Rodovia Presidente Dutra. O criminoso estava num EcoSport com outros três comparsas armados com fuzis e pistolas. Segundo informações recebidas pela Polícia Civil, eles se reuniram para praticar roubos em Nova Iguaçu.
O criminoso é acusado de envolvimento na morte do ex-traficante Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, que trabalhava na ONG Afroreggae e foi assassinado na Mangueira, na Zona Norte do Rio, em setembro do ano passado. Contra ele havia pelo menos seis mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo. Segundo a polícia, a partir do assassinato de Tuchinha, encomendado pela cúpula da maior facção criminosa do Rio, ganhou status e passou a cometer uma série de roubos e homicídios.
Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)