
Foto: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje
A família de um adolescente de 15 anos procurou ontem a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para cobrar uma investigação sobre o caso do jovem que teria desaparecido após ir a uma festa de rua no bairro Grande Rio, em São João de Meriti, no último dia 12. Gustavo Nunes da Silva Rios saiu de casa, no bairro Vila Norma, em Mesquita, por volta das 19h30, mas ele não voltou para casa. À família do jovem, amigos disseram que ele sumiu após um tiroteio no local. Eles acreditam no envolvimento de policiais e milicianos no desaparecimento do adolescente.
“Estamos todos desesperados. Os amigos dele contaram que chegou um Sandero prata desgovernado no meio da festa e desceu um homem atirando. A polícia começou a trocar tiros, meu filho foi baleado na perna e caiu na calçada”, afirmou a atendente de restaurante Vera Hilda Nunes da Silva, de 46 anos, mãe de Gustavo.
Ainda de acordo com ela, uma moradora teria socorrido o jovem para dentro de sua casa, mas, em seguida, um homem numa pick-up branca, que seria um policial militar, teria levado Gustavo.
“Essa vizinha disse que esse policial da pick-up levou meu filho porque iria socorrê-lo. Junto da pick-up estava uma viatura do 21º BPM (Meriti) e o PM da viatura disse ao motorista: “Foi você quem fez a merda. Agora limpe” — denunciou Vera.
O caso está sendo investigado pelo Setor de Descoberta e Paradeiro (SDP) da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Segundo a polícia, há uma milícia que atua no bairro Grande Rio, mas a participação de milicianos no desaparecimento do jovem ainda está sendo investigada.
A família já procurou Gustavo em diversas delegacias, hospitais e em Institutos Médicos Legais (IML). Eles ainda espalharam cartazes no local onde ele desapareceu. Um dia depois, todos os cartazes haviam sido retirados. “Isto está muito estranho. Espalhamos mais de 50 cartazes. Sumiram todos. Os comerciantes foram ameaçados. Se colocassem novamente, teriam o comércio quebrado”, garantiu o padrasto do jovem, Paulo Cesar Pires, de 39 anos.
Gustavo cursava o 8º ano do Ensino Fundamental e trabalhava como entregador de lanchonete.