
Será enterrado hoje, às 14h30min, no cemitério Municipal de Nova Iguaçu o eletricista José Hildo da Silva Marques. Ele foi assassinado na tarde da última terça-feira (5), em casa, no bairro Cobrex, em Nova Iguaçu, quando estava com a esposa, a enteada e o filho dela. Por volta das 17h30, quatro homens trajando camisa da Polícia Civil chegaram ao local e após perguntarem sobre um determinado dinheiro, acertaram dois tiros na cabeça da vítima. José, que trabalhava desde fevereiro de 2015 no gabinete do deputado estadual e presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
José Hildo completaria 47 anos hoje. Segundo o irmão da vítima, Jadir da Silva Marques, de 49 anos, os criminosos deixaram o local levando alguns pertences. “Ele estava no quintal da casa recolhendo as gaiolas de dois passarinhos trinca-ferro. Cada um desses é avaliado entre três e quatro mil reais. Os pássaros foram levados pelos autores do crime, que também roubaram um celular, a moto ( Honda CB300) e o dinheiro que estava no bolso do meu irmão”, contou. Para Jadir, o homicídio não teve motivação política. “Todo mundo sabe que ali é área de milícia. Não acreditamos que tenha sido atentado político. Acreditamos em latrocínio”, declarou o irmão da vítima.

Foto: Ivan Teixeira
Testemunhas presenciaram a ação de criminosos. “Vi dois homens abordando José no quintal da casa dele, no momento em que ele estava recolhendo os passarinhos. Os autores estavam com a camisa da Polícia Civil e chegaram dizendo: ‘perdeu, perdeu. Não corre e abaixa cabeça e não olha pra mim’. Ele correu para dentro da casa e foi pego pelo grupo”, relatou. Ainda segundo as testemunhas, no momento do crime a família de José Hildo estava dentro de casa. “Trancaram a família na casa, onde houve muitos gritos. De repente levaram ele para fora, colocaram ele de joelhos e deram alguns disparos na cabeça”, contou uma testemunha.

Foto: Ivan Teixeira
A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) está investigando o caso. Segundo o delegado titular da unidade, Giniton Lages, a especializada segue realizando diligências visando identificar a autoria e a motivação do crime. Ainda segundo Lages, a DHBF não descarta nenhuma linha de investigação. “Realizamos a perícia técnica de local, e várias diligências de investigação preliminar tais como oitivas de testemunhas e coleta de imagens de segurança”, disse o delegado.
Nota da Alerj
“A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) informou que José Hildo da Silva Marques era lotado, desde 12 de fevereiro de 2015, no gabinete parlamentar do deputado Jorge Picciani (PMDB). Ele fazia serviços administrativos e atendimento político local (NÃO PROCEDE a informação que ele era assessor de Imprensa do deputado). Para isso, foi nomeado com o nível CCDAL-9 – vencimentos de R$ 983,57 (bruto) e R$ 904,88 (líquido).”