Educação segue em greve em Meriti

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
Profissionais da educação e pais de alunos se uniram em manifestação realizada na Praça da Matriz Foto: Gabriele Souza
Profissionais da educação e pais de alunos se uniram em manifestação realizada na Praça da Matriz
Foto: Gabriele Souza

Calendário de pagamento para ativos e inativos, o não pagamento de um terço de férias, desconto salarial, merenda de má qualidade e falta de materiais nas escolas. Essas foram algumas das reivindicações feitas por professores da rede municipal de São João de Meriti, em ato realizado na manhã de ontem, na Praça da Matriz, no centro do município.
Segundo a categoria, a greve já dura dez dias e não tem previsão para acabar. O setor acusa a atual gestão, comandada pelo prefeito Sandro Mattos, de não oferecer uma educação de qualidade para os estudantes da rede municipal. “Ano passado a grade escolar era formada por seis tempos de português, seis de matemática, seis de geografia, seis de ciências. Esse ano foi reduzido para quatro tempos, mostrando que essa gestão não quer uma educação digna para o filho do trabalhador”, disse Marco Antônio, diretor do Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe) de São João de Meriti.
Segundo o diretor do Sepe, Luiz Carlos de Abreu, o sindicato ainda tenta ser recebido pelo prefeito. “Nós conversamos com o presidente da câmara dos vereadores que nos prometeu fazer a interlocução com o Sandro Mattos. Ele disse que a comunicação da câmara com o prefeito também está difícil e ficou surpreso por saber que obras nas unidades escolares estão paradas, que os professores estão com salários atrasados e que não recebemos parte das férias. Mas a maior surpresa dele, foi saber que nesse mês, além do atraso, houve redução salarial”, contou Luiz Carlos.
150527 H31BO primeiro ato de protesto dos professores aconteceu no último dia 18, quando a categoria iniciou a paralisação em resposta aos atrasos no pagamento. Além disso, os professores também reivindicam o recebimento de 1/3 das férias e um aumento do vale-transporte, que atualmente é de R$ 50 mensais. “Estamos tentando desde o início do ano uma conversa com o prefeito, que diz que faz tudo pela educação. Mas, na realidade, se esconde e persegue os funcionários. Temos caso de professor que nesse mês teve 16% de redução salarial. Isso é um absurdo!”, disse Abreu. “É por tudo isso que estamos em greve, estamos exigindo negociação já”, completou o diretor do Sepe.

Pais e alunos apoiam manifestação
O ato de protesto dos professores foi aderido por pais de alunos. Uma mulher, que preferiu não ser identificada, é mãe de dois meninos do segundo e terceiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de Meriti e disse que os filhos estão sem aulas há 15 dias. “A situação dos professores no nosso município está precária, meus filhos estão sem aula há duas semanas, mas eu apoio a manifestação deles porque eles têm direito a receber as férias e os outros benefícios”, declarou a mãe.
O calendário de pagamento para aposentados da categoria também entrou na pauta do manifesto. A aposentada Jupira Maria aderiu ao ato por causa dos atrasos constantes na folha de pagamento. “Não é a primeira vez que esse atraso acontece, no mês passado também recebemos na última semana do mês”, disse a aposentada.

Segundo os professores, além da falta de profissionais em diversos setores, nas escolas também faltam folhas, cadernos, lápis e as xeroxes são tiradas com o dinheiro dos funcionários. “A população precisa saber o que acontece na cidade. Além da passagem que temos que tirar do próprio bolso, estamos levando de casa, papel higiênico e tirando xerox por nossa conta”, contaram.
Vestidos de preto, os professores caminharam pelas principais ruas do município gritando palavras de ordem e expondo os problemas enfrentados.
Questionada sobre as reivindicações dos professores e aposentados, a Prefeitura de São João de Meriti garantiu que “não houve paralisação da rede municipal de ensino nesta quarta-feira (ontem). Todas as 62 escolas municipais tiveram aula e continuarão funcionando normalmente na quinta-feira (hoje). Portanto, não houve prejuízo a rede escolar”. Sobre a redução salarial dos professores e a redução da carga horária na grade escolar, a prefeitura informou que “a redução foi decidida através de um consenso entre os profissionais da Educação que optaram por seguir o padrão do MEC – Ministério da Educação. O sistema já é utilizado em outros municípios. A grade da rede municipal de ensino de São João de Meriti está dentro das leis de Educação Pública”.
por Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!