
Agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) estão investigando o desaparecimento de um adolescente de 15 anos, identificado como Bruno Silva de Medeiros, mais conhecido como “Bocão” desde o dia 24 de dezembro do ano passado. Ele foi visto pela última vez no bairro Parque Estrela, em Magé.
Segundo o pai de Bruno, o auxiliar de serviços gerais Edson Menezes, de 42 anos, o menino tinha saído com alguns amigos na véspera do Natal, para comemorar a data. Ele ficou sabendo por pessoas do bairro, que o filho teria sido detido junto a outro amigo por criminosos dentro de uma lan house do bairro. “Eu e a mãe de Bruno somos separados. Fiquei sabendo por terceiros que ele estava envolvido com o tráfico na comunidade do Sem Terra, e eles teriam cercado meu filho e o outro menino, e os levado, mas não sabemos o porquê!”, relatou o pai.
Ainda segundo Edson, dois dias após seu desaparecimento, sua irmã foi abordada por irmãs de uma igreja na localidade que a informaram que a vítima teria sido torturada pelos traficantes, tendo as pernas quebradas. E inclusive, os traficantes avisaram aos outros irmãos de Bruno para buscá-lo dentro da comunidade e disseram que o garoto seria morto, caso ninguém aparecesse. Mas eles não foram com medo de ser uma emboscada.
O outro menino que foi sequestrado com Bruno, identificado apenas como Gabriel, também de 15 anos, foi espancado e largado na comunidade. Entretanto, foi socorrido por moradores e levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias.
O pai de Bruno ficou sabendo por pessoas do bairro, que um adolescente com as mesmas descrições de seu filho teria sido levado para a unidade médica. Chegando ao hospital, eles se depararam com Gabriel, que um dia depois, morreu por traumatismo craniano.
Após uma semana de angústia, as irmãs da igreja falaram para a mãe de Bruno que os criminosos ordenaram para que elas não subissem o monte, pois havia sido feita uma desova no local. “Contaram para ela que não podiam subir o monte, porque seria usado para uma desova de um ‘vacilão’“, disse o pai abalado. Elas acharam que o corpo fosse do adolescente.
Insatisfeito com as dezenas de especulações sobre o paradeiro do jovem, Edson criou um perfil falso do adolescente e adicionou os supostos amigos do rapaz. Um deles disse “Poxa, meu parceiro. Porque você vacilou? Sentiremos sua falta na favela”. A partir dali, o pai soube que seu filho tinha falecido. No momento, ele só deseja achar o corpo e realizar o sepultamento.
A DHBF realizará diligências para ir até o bairro e encontrar o corpo e os autores do crime.