Foto: Márcia Paes Leme
Quatro dias após um ato de vandalismo em que homens demoliram parte do histórico prédio da Fazenda São Bernardino, na manhã de quinta-feira (7), o local recebeu ontem as primeiras intervenções para que possa ser devidamente preservado. A Prefeitura de Nova Iguaçu deu início aos trabalhos de reparação e recuperação dos danos causados ao casarão, localizado na Estrada Federal de Tinguá. A Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb) deu o pontapé inicial e esteve no local para cuidar de toda a limpeza.
Segundo o secretário de Cultura, Wagner D’ Almeida, nos próximos 30 dias, a Prefeitura vai iluminar, cercar e monitorar o prédio da Fazenda São Bernardino. O Secretário salientou ainda que o ato de vandalismo é absurdo. “O crime contra este patrimônio histórico se deu para o furto de entulho. Os autores desta agressão à história de Nova Iguaçu e da Baixada geraram um dano irreparável ao nosso patrimônio. Temos uma tarefa árdua pela frente e contamos também com a ajuda da sociedade civil para manter o que ainda resta da Fazenda”, afirmou Wagner.
No próximo mês, Wagner realizará uma reunião com todos os historiadores, arquitetos e engenheiros da região para tratar a questão do patrimônio cultural em Nova Iguaçu, onde serão decididas com o Iphan e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac as diretrizes de como proceder em relação à Fazenda São Bernardino e a todos os outros patrimônios.
O ato de vandalismo foi cometido por homens que usaram uma pá mecânica para derrubar uma parede com cerca de cinco metros e transportaram o entulho em um caminhão com a logomarca da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). O material roubado foi encontrado no dia seguinte, espalhado pela Estrada Barão de Tinguá, local de operação de registros d’água da Cedae.
Um homem que mora próximo à Fazenda São Bernardino registrou o momento em que o veículo da companhia deixada o casarão levando os tijolos.
A Prefeitura de Nova Iguaçu garantiu que vai tomar as medidas necessárias para que os responsáveis pelo vandalismo a um dos patrimônios históricos mais importantes da Baixada Fluminense. Em nota, Cedae informou que “vai abrir sindicância interna para apurar se houve participação de algum funcionário da companhia ou de empresa a serviço da companhia no ocorrido e, de acordo com o que for constatado, tomará as providências necessárias.”
