Federação de Rúgbi do Rio capacita professores de Japeri

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A Escola Municipal Dário Lins, no bairro São Cosme e São Damião, foi o local escolhido para a capacitação Foto: Custódio Martins/PMJ
A Escola Municipal Dário Lins, no bairro São Cosme e São Damião, foi o local escolhido para a capacitação
Foto: Custódio Martins/PMJ

Em 18 de fevereiro de 1894, o brasileiro Charles Miller retornou ao país após morar por quase 10 anos na Inglaterra, onde foi estudar. Na bagagem, o jovem trouxe duas bolas: uma de futebol e outra de rúgbi. Mais de 100 anos depois do dia em que o Brasil conheceu dois novos esportes, o país é tido como o mais vitorioso no futebol, sendo pentacampeão da Copa do Mundo da Fifa. Mesmo o futebol tendo surgido na Inglaterra, o Brasil é tido até hoje como o país do futebol, graças a sua rápida disseminação.
O rúgbi, embora tenha sido trazido por Charles Miller na mesma época, não ganhou força na mesma proporção e ainda é pouco praticado por aqui. Apesar disso, a seleção feminina é 11 vezes campeã sul-americana e está entre as oito melhores do mundo na atualidade. Já a masculina é a quarta força na América do Sul e ainda busca um lugar mais nobre no ranking mundial.
Com o intuito de revelar novos talentos no esporte, a Prefeitura de Japeri, através da Secretaria de Educação (SEMED), promoveu uma capacitação aos professores de Educação Física da rede municipal de ensino e também dos programas Segundo Tempo e PELC (Programa Esporte e Lazer da Cidade). O treinamento foi oferecido graças a uma parceria com a Confederação Brasileira de Rúgbi, por meio da Federação do Estado do Rio de Janeiro. Japeri é o primeiro município da Baixada Fluminense a receber tal capacitação.
“O objetivo é habilitar nossos professores para que eles possam disseminar o esporte entre os japerienses. Este ano, iremos realizar a 7ª edição da Olimpíada Escolar, e a grande novidade será a inserção do rúgbi entre as modalidades disputadas”, explica Carlos Henrique Barcellos, coordenador de Educação Física do município.
Para isso, os coordenadores da Federação de Rúgbi do Rio, Marcel Santos e Deborah Ciarla, estiveram, ontem, na Escola Municipal Dário Lins, no bairro São Cosme e São Damião, para capacitar cerca de 50 profissionais. Em um primeiro momento, os professores tiveram uma aula sobre a história do esporte e toda a parte teórica do Rúgbi e suas regras. Em seguida, foi a vez de levá-los para a quadra da escola e pôr em prática os ensinamentos.
Deborah explicou aos docentes as diferenças básicas entre o Rúgbi e outro esporte parecido, o Futebol Americano. “Uma das lendas para o surgimento do Futebol Americano foi o fato de o Rúgbi não se encaixar ao tempo dos comerciais nos Estados Unidos, uma vez que a partida é disputada em dois tempos de 40 minutos cada. O Futebol Americano tem muitas pausas durante o jogo e algumas regras diferentes, como a utilização de uma espécie de armadura de proteção mais rígida e a liberdade de contato entre os jogadores, estando eles com ou sem a posse de bola. Já no Rúgbi, o contato direto só pode ser feito com o adversário que estiver em posse da bola, que só pode ser passada ao companheiro de equipe para os lados ou para trás”, ensina.

Esporte como instrumento de união após o apartheid

Entre as principais potências mundiais do Rúgbi estão a Inglaterra, país de origem do esporte, França, Austrália e Nova Zelândia. Esta última, aliás, foi vice-campeã da Copa do Mundo de 1995, disputada na África do Sul. A competição aconteceu um ano após o apartheid, o regime de segregação racial que se estendeu no país africano de 1948 a 1994.
Na tentativa de unir a nação, o líder popular Nelson Mandela, que vivera preso por 27 anos, encontrou no Rúgbi uma forma de mobilizar negros e brancos em prol de um mesmo objetivo: torcer pela seleção sul-africana no mundial. Embalados pela união do povo, os jogadores conquistaram o título da Copa do Mundo.
A coordenadora Deborah acredita que é possível fazer do Rúgbi um esporte mais conhecido no Brasil a ponto de alcançar os mesmos resultados obtidos pela África do Sul de Mandela. No entanto, é preciso investir na modalidade. “Um esporte que é visto é lembrado. O Brasil não ensina o esporte nas escolas. O que não é disseminado, não tem força, perde a continuidade. Precisamos revelar novos talentos, pois esta geração feminina, por exemplo, que hoje é top na América do Sul e está entre as oito melhores do mundo, um dia vai se aposentar e teremos que repor a seleção com ainda mais qualidade”, conta Deborah, que deixa um recado.
“O legado de uma Olimpíada não está somente na estrutura que fica na cidade, mas também no conhecimento adquirido, no que os brasileiros estão agregando de informação e cultura. Este nosso objetivo: espalhar o Rúgbi para o maior número de pessoas possível”.

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