Grupo é acusado de receber dinheiro para liberar o funcionamento de mais de 20 estabelecimentos
Comerciantes de São João de Meriti voltaram a trabalhar com tranquilidade, sem o medo de terem seus estabelecimentos comerciais fechados por falta de pagamento de propina para agentes de fiscalização sanitária do município. A calmaria chegou após policiais civis da 64ª DP (São João de Meriti) prenderem seis funcionários públicos municipais acusados de corrupção passiva e associação criminosa.
De acordo com o delegado titular da 64ª DP, Roberto Cardoso, responsável pela investigação, o grupo estava sendo monitorado há seis meses. “As investigações iniciaram com um expediente do Ministério Público, o qual encaminhava uma denúncia do esquema de cobrança de valores por parte dos fiscais, para que os estabelecimentos funcionassem tranquilamente, sem que as fiscalizações os importunassem”, disse.
O grupo, formado por seis agentes públicos da Prefeitura de São João de Meriti, havia extorquido cerca de 20 comerciantes do município, incluindo mercados de grande porte e pequenos comerciantes que eram obrigados a pagar propina para continuar trabalhando.
No curso das investigações a justiça expediu seis mandados de prisão contra os funcionários Marco Aurélio de Oliveira Cordeiro, de 46 anos; Nassife Ribeiro dos Santos, 47; Emerson Almeida da Silva, 42; Vagner de Oliveira Andrade, 64; Paulo Cesar Moreira Mendes, 53 e Sandra Marques Leal, 51, que é a chefe do setor há pouco mais de um ano.
As investigações apontam ainda que Sandra é uma indicação do também acusado Paulo Cesar Moreira. Este por sua vez, passou mal no momento da prisão e foi encaminhado para o PAM Meriti, em Vilar dos Teles. Segundo a Prefeitura de São João de Meriti, ele foi internado com quadro de síndrome coronariana aguda e deve ficar em observação por pelo menos 24 horas. O grupo irá responder por corrupção e associação criminosa.
Prefeitura promete punição rigorosa
A Prefeitura de São João de Meriti, por meio da Procuradoria Geral, informou que oficiou a 64ª DP, solicitando informações sobre a operação deflagrada e o inquérito policial. “Será aberta uma sindicância para apuração da responsabilidade de cada servidor e as medidas cabíveis. Os seis servidores ficarão afastados de suas funções até o fim da sindicância no prazo de 60 dias. A Secretaria Municipal de Saúde não admite a prática ilícita por parte de qualquer servidor e irá apurar todos os fatos para tomar as medidas cabíveis contra qualquer atitude irregular”, diz a nota.
Por: Erick Bello
Erick.bello@jornalhoje.inf.br