Greve dos bancários deixa casas lotéricas lotadas

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
Uma grande fila foi formada na casa lotérica da Rua Doutor Barros Júnior, no Centro de Nova Iguaçu Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Uma grande fila foi formada na casa lotérica da Rua Doutor Barros Júnior, no Centro de Nova Iguaçu
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Sem data prevista para terminar, a greve dos bancários entra hoje em seu quarto dia em todo o país. Desde seu início, na terça-feira (6), milhões de pessoas têm enfrentado dificuldades para pagar as contas. Quem não é adepto ao pagamento das dívidas via internet ou não tem acesso à tecnologia busca nas casas lotéricas a solução para o problema.
Em Nova Iguaçu não tem sido diferente. Basta circular pelas ruas onde há casas lotéricas para notar que o movimento aumentou consideravelmente desde o início da paralisação dos bancários. Este foi o caso da lotérica situada na Rua Doutor Barros Júnior, no Centro. Um homem aguardava a vez na fila e contou que a greve da categoria tem prejudicado justamente quem nada tem a ver com os problemas e dificuldades enfrentadas pelos bancários: a população. Além disso, ele conta que está tendo dificuldade até mesmo para sacar dinheiro no caixa eletrônico.
“Na quarta-feira (7), percorri três caixas eletrônicos no Centro de Nova Iguaçu, mas em nenhum deles consegui fazer saque. Acho que não estão mais sendo abastecidos”, lamentou o homem, que preferiu não se identificar.

Apesar da greve, idoso tenta atendimento em um banco no Calçadão Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Apesar da greve, idoso tenta atendimento em um banco no Calçadão
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

A pensionista Juçara das Neves Vieira Pierre, de 57 anos, tentou sacar o benefício em sua agência Itaú, na Rua Coronel Francisco Soares, também no Centro de Nova Iguaçu, mas desistiu após ver o tamanho da fila. “Um funcionário disse que o banco atenderia somente aposentados e pensionistas, mas a fila estava muito grande e o atendimento seria feito somente até as 11h, segundo ele. Então voltei para casa, pois era tanta gente que não daria tempo de eu ser atendida”, lamentou.
A paralisação dos bancários é por tempo indeterminado. Somente no primeiro dia de greve, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), tiveram as atividades paralisadas 7.359 agências, centros administrativos, centrais de atendimento (CABB) e serviços de atendimento ao cliente (SAC). De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias (dado de julho).
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não divulgou balanço de agências fechadas no primeiro dia de greve e afirmou apenas que a população tem à sua disposição uma série de canais alternativos para realizar transações financeiras.

O que pedem os grevistas

A categoria rejeitou a proposta da Fenaban de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. Os sindicatos alegam que a oferta ficou abaixo da inflação projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.
Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
Segundo a Fenaban, a proposta representa um aumento, na remuneração, de 15% para os empregados com salário de R$ 2,7 mil, por exemplo. Para quem ganha R$ 4 mil, o aumento de remuneração seria de 12,3%; e, para salários de R$ 5 mil, equivaleria a 11,1%. O piso salarial para a função de caixa, com o reajuste, passaria a R$ 2.842,96, por jornada de 6 horas/dia.
“É importante ressaltar que as soluções encontradas na mesa de negociação variam conforme a conjuntura econômica e que a proposta apresentada neste ano responde a condições específicas pela qual passa a economia brasileira”, diz a entidade.
Segundo a Contraf, uma nova rodada de negociações com os bancos foi marcada para hoje, a partir das 11h, em São Paulo.

por Raphael Bittencourt (raphael.bittencourt@jornalhoje.inf.br)
Colaboração: Ivan Teixeira (ivan.teixeira@jornalhoje.inf.br)

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!