
A Organização Social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS) assumiu ontem a gestão do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN), em Saracuruna, Duque de Caxias. A OS Pró-Saúde, que até então era responsável pela gestão da unidade, devolveu a gestão da unidade, alegando falta de recursos para manter o seu funcionamento, devido às “pendências dos valores contratuais”, que vêm gerando constantes atrasos nos pagamentos dos profissionais de saúde, além da insuficiência de materiais e medicamentos. Cerca de 2.500 funcionários já teriam recebido o comunicado formal de aviso prévio.
Instalado às margens da Rodovia Washington Luís, o Hospital Saracuruna é considerado o maior hospital público da Baixada Fluminense. Referência em cirurgias na região, a unidade vem diminuindo drasticamente o número de procedimentos, de acordo com a Pró-Saúde, em função das dificuldades de abastecimento de insumos básicos, de OPME (órteses, próteses e materiais especiais) e da restrição no fluxo de esterilização de material hospitalar.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ), Jorge Darze, lamentou a situação e manifestou sua preocupação diante do cenário de crise econômica do governo do estado. “Substituir a gestão da Pró-Saúde pela da IABAS não resolve absolutamente nada. Afinal, ambas as Organizações Sociais apresentam problemas de gestão nas unidades estaduais que administram. Para o Sindicato dos Médicos, quem deveria assumir o hospital é a Secretaria Estadual de Saúde. Já está comprovado que esse projeto das OS’s não contribuiu para a qualidade da rede, pelo contrário. O SinMed/RJ irá comunicar ao Ministério Público a instabilidade gerencial que está acontecendo no local”, afirmou.