Idosa morre atropelada e corpo é removido mais de 7h após acidente

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Antônia Mendes morreu no local do acidente e foi removida 7h depois

A Avenida Abílio Augusto Távora, a famosa e temida Estrada de Madureira, fez mais uma vítima fatal de atropelamento na manhã de segunda-feira (4). Desta vez, o acidente ocorreu na altura do nº 1750, Vila Santo Antônio, em Cabuçu, Nova Iguaçu e resultou na morte da aposentada Antônia Mendes Monteiro, de 75 anos, que tentava atravessar a via para buscar a bisneta na escola. A demora na remoção do corpo do local, realizada mais de 7horas após o acidente,revoltou familiares e moradores da região.

O acidente aconteceu por volta das 10h, quando o motorista de um Palio vermelho, que seguia pela via sentido Centro de Nova Iguaçu, não conseguiu frear após uma curva. Segundo parentes da aposentada, o condutor do veículo parou para prestar socorro e acionou o Corpo de Bombeiro, que chegou depois de 40 minutos procedente do Destacamento de São João de Meriti.

O filho da vítima, Lourinaldo Ferreira, questiona que se o resgate tivesse vindo do Batalhão de Nova Iguaçu o atendimento seria mais rápido e poderia ter salvo a vida da sua mãe. “Quando eu cheguei ao local, depois de 15 minutos, minha mãe ainda tinha pulsação. Nós ainda fomos à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cabuçu, mas informaram que não tinha ambulância disponível para fazer o resgate”, disse o filho.

De acordo com o registro de ocorrência da 56ªDP (Comendador Soares), Antônia já estava morta quando os bombeiros chegaram. A demora na remoção do corpo da aposentada revoltou familiares e amigos, que protestaram nas redes sociais e procuraram a imprensa. “Como se não bastasse a dor de perder um ente querido, ainda temos o sofrimento prolongado de ter que ver a minha mãe estendida no asfalto até às 17h30, momento em que chegou uma equipe do Corpo de Bombeiros para levar o corpo ao IML”, desabafou Lourinaldo

Em nota, a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro(CBERJ) disse que existem diversos aspectos que afetam o trabalho dos militares, por isso a demora no atendimento. “O tempo médio para o recolhimento de um óbito está diretamente ligado ao conhecimento do fato pela autoridade policial (delegado da área) e da necessidade de realização dos procedimentos de perícia. A comunicação do fato à delegacia é feita pela Polícia Militar, quando o registro de ocorrência é efetuado e, consequentemente, a Guia de Recolhimento de Cadáver (GRC) é gerado. A partir deste momento, a delegacia faz contato com a Coordenação do Serviço de Recolhimento de Cadáveres (CSRC) do Corpo de Bombeiros. A guarnição, então, é despachada para o local com a devida GRC. A remoção é efetuada e o corpo encaminhado para o IML da região”.

A assessoria de imprensa informou ainda que o 4º GBM de Nova Iguaçu é responsável pela área de Nova Iguaçu, Queimados e parte de Mesquita. “O efetivo possui militares e viaturas suficiente para o atendimento”. Uma pesquisa no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que se somadas as populações das três cidades correspondem a mais de 1,1 milhão de habitantes. População esta que o órgão estadual afirma atender com presteza, com suas nove viaturas, das quais, possui somente uma ambulância e dois rabecões. O CBERJ disse ainda que todas as viaturas dispõe de equipe de bombeiros adequada à sua tarefa”, finalizou.

A Prefeitura de Nova Iguaçu respondeu através da Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana (SEMTMU) dizendo que não foi comunicada sobre este acidente. “A sinalização nesta via não compete a este órgão, pois trata-se de uma via de responsabilidade do Governo do Estado. Porém, já está encaminhando um ofício para o Departamento de Estrada de Rodagem do Rio de Janeiro pedindo providências em relação a sinalização”.

Revolta nas redes sociais

Internautas se solidarizam com a dor da família
Internautas se solidarizam com a dor da família

Nas redes sociais, internautas relataram a reincidência de acidentes na localidade. “Que horror essa Estrada de Madureira. Também perdi meu pai atropelado há dois anos. Triste demais! Lembrei-me do meu paizinho”, disse. Outra internauta declarou: “isso é um absurdo. Precisa de sinal ou quebra molas. Não é a primeira vez que acontece isso. Olha a falta que faz a sinalização. O corpo da senhora está no sol quente e nada da perícia. Eu acho um absurdo”.

Na mesma página, uma técnica de enfermagem do bombeiro se manifestou em defesa da corporação. “Fui acionada para o evento e gostaria de deixar meus sentimentos aos familiares de dona Antônia. Em relação às críticas da demora da ambulância, as viaturas do 4º GBM estavam empenhadas em outras ocorrências. Fui acionada em São João às 10h55 e cheguei às 11h15, mas a dona Antônia já se encontrava em óbito. Solicitei o médico, que chegou às 14h05. Também foi solicitado o rabecão para o local, mas o mesmo depende da guia de remoção do perito”.

Sobre as causas da morte a mulher negou que a morte tenha sido pela demora no atendimento. “Ela teve uma lesão irreversível no cérebro, que mata em minutos. Mesmo que a viatura tivesse chegado um minuto depois não mudaria em nada o quadro. Ela fez um TCE com herniação cerebral. Foi uma lesão irreversível”, finalizou.

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