
Foto: Marllon Guedes
É possível transformar lixo em energia? a resposta é sim. O lixo é composto por uma série de materiais que podem ser separados em dois grupos: orgânicos e recicláveis. Para simplificar, pense assim: os orgânicos são aqueles biológicos (“que têm vida”), ou seja, alimentos principalmente, e os recicláveis são aqueles não biológicos (“que não têm vida”), ou seja, recipientes em geral (latas, embalagens, sacos, garrafas, etc) e outros.Dentro deste contexto representantes das Secretarias de Urbanismo e Habitação (SEMURB) e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (SEMDIC) de Japeri receberam, nesta quarta-feira (23), a visita do cônsul da República da Guiné no Brasil, D’Artagnan Baptista Guimarães. O encontro teve como objetivo discutir a instalação de um pólo de depósito e acondicionamento para a indústria frigorífica para frangos e carnes na Zona de Apoio Logístico (ZAL) na cidade. A iniciativa também prevê a instalação de uma usina que irá gerar energia do lixo.
Esta foi a segunda conversa entre as partes. Na primeira, foi apresentado um projeto para que indústrias da Europa se instalem em Japeri. “Desta vez, o encontro serviu para discutir os últimos detalhes com o cônsul, pois é ele quem vai trazer os empresários para nossa cidade. Esta é uma parceria das indústrias europeias com o Consulado da República da Guiné, país que será o principal comprador destes produtos que ficarão no pólo de depósito”, explica o subsecretário da SEMDIC, Adilson Teixeira.
Além de aumentar o número de empresas instaladas na cidade, a instalação do novo pólo de depósito para a indústria frigorífica vai gerar benefícios ao meio ambiente e ao bolso do município. Uma das contrapartidas para a construção do novo espaço é a vinda de uma usina que vai gerar energia utilizando o lixo como fonte.
“Esta energia vai abastecer as câmaras frigoríficas e também os aparelhos públicos de Japeri, como as escolas, por exemplo. Isso vai diminuir em até 50% a despesa do município com eletricidade. O lixo ganhará o melhor destino possível, se transformando em valor agregado para a cidade”, vibra o subsecretário, que revela que os catadores de lixo também serão beneficiados.
“A cooperativa dos catadores enfrenta grande dificuldade desde a extinção do antigo lixão, tem pouco incentivo. Essa usina vai ter contrato direto com eles, fomentando ainda mais esse importante trabalho, aumentando o número de catadores e gerando renda”.
Nas próximas semanas, representantes das empresas europeias interessadas em se instalar na Zona de Apoio Logístico deverão se reunir com os secretários da SEMURB e da SEMDIC para dar mais um passo no projeto. Caso todas as partes entrem em acordo, a expectativa é que a usina entre em funcionamento já no primeiro semestre de 2016.