
Para combater a intolerância religiosa no Estado e na Baixada Fluminense, religiosos de Queimados criaram a ONTUC – Ordem Nacional dos Centros de Umbanda e Candomblé de Queimados.A ONG já reúne cerca de 20 zeladores que estão se unindo para lutar contra a intolerância, através de agendas positivas como cursos, palestras em escolas e eventos culturais que disseminem a cultura africana e negra no Brasil.
Um dos idealizadores da ONG, o zelador e advogado Fabrícius Caravana conta que essa foi uma alternativa para tentar mostrar que mesmo tratando-se de uma minoria religiosa, a mesma merece respeito, inclusive, por sua tradição histórica. “Fazemos parte da história deste país. Nosso culto antecede à maioria das religiões. Nossos antepassados já falavam com Deus assim. A modernidade das religiões não pode sobrepor-se à nossa cultura de amor e paz”, enfatizou.
A iniciativa ganhou força após duas pessoas sofrerem a intolerância religiosa na cidade recentemente.Uma foi o religioso Genésio Pinto, agredido por um vizinho que alegou que a presença do seu Centro de Candomblé na vizinhança é um mal exemplo a ser seguido. “Ele simplesmente acha que temos que nos mudar do bairro porque meu Centro o incomoda. Nossa última discussão gerou uma agressão física. Fui parar no hospital. A queixa foi realizada na 55ªDP(Queimados), contou.
A outra pessoa, trata-se de uma criança de 11 anos, que foi hostilizada pela própria professora por conta de sua vestimenta. Segundo a mãe da criança, a professora interpelou o menor afirmando que as roupas não eram adequadas e que certamente estaria sendo obrigado pela responsável a vestir-se daquela maneira. A criança não quer mais frequentar as aulas da professora.
A ONTUC pretende atuar no recebimento e encaminhamento das denúncias de agressões e discriminações, através de seu corpo jurídico formado por membros que estão realizando trabalho voluntário. Informou o Dr. Fabrícius. Contatos pelo email: ontuc2015@gmail.com