Manifestação pede fim de preconceito e exoneração de funcionária em Nova Iguaçu

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Marcos Serra e outros produtores, atores e músicos fizeram o ato em frente a prefeitura do município Fotos: Ivan Teixeira
Marcos Serra e outros produtores, atores e músicos fizeram o ato em frente a prefeitura do município
Fotos: Ivan Teixeira

Dezenas de pessoas protestaram contra o preconceito em frente a Prefeitura de Nova Iguaçu, na tarde de ontem. O ator e professor Marcos Serra, de 47 anos,liderou a ação garantindo que foi vítima de ofensas por parte da funcionária da gestão municipal, Raíssa Rocha, de 27 anos. De acordo com o artista, durante a Conferência Municipal de Cultura, na última quarta-feira (6), ele e demais participantes foram intitulados como “ratos saindo do bueiro”, além de ter sido chamado de favelado. Mesmo com a chuva interrompendo a manifestação, Marcos e mais de 25 pessoas ergueram placas pedindo a exoneração da funcionária, além de pedidos de “basta de preconceito”
Sobre o porquê da exoneração de Raíssa, o ator não hesitou em declarar: “Eu não quero que ela perca o emprego, por prazer meu. Mas pense bem. Uma pessoa que trabalha na área de cultura, ainda mais, um evento que abrange relações culturais, raciais e religiosas, deveria ter respeito com a indiferença, com as pessoas em si”, argumentou Marcos.
O fotógrafo Mazé Mixo, de 31 anos, que estava com Marcos Serra na conferência, também afirmou ter sido ofendido pela funcionária e acredita que o caso é imperdoável. “Como eles contratam pessoas desse nível? Intolerantes. Ela nos xingou, mas em nenhum momento, revidamos, simplesmente ficamos indignados. Precisamos dar um fim no preconceito!”, disse.
Segundo Mazé, a inscrição da Conferência Cultural, que já acontece há quase sete anos, era feita pela internet e nunca foi pedido um documento que provasse que alguém era interligado a cultura, sendo então, produtor, músico ou ator. Ainda de acordo com o fotógrafo, este ano, a Casa de Cultura optou por fazer a inscrição no local e que no ato do cadastro, Raíssa teria debochado do grupo pedindo um documento em que comprovasse a ação da equipe que apoia as atividades culturais do Buraco do Getúlio. “Como iríamos comprovar que somos produtores culturais? Isso é uma burocracia ridícula!”, explicou o fotógrafo.
A pedagoga Dóris Barros, de 48 anos, participou da manifestação e acredita que a atitude da funcionária é reprovável. “Eu esperava que ela fosse mais profissional. Como ela diz isso de uma pessoa? E ainda mais em um evento que fala sobre as diferenças? Onde esse mundo irá parar?”, argumentou.
Após o fato, Marcos Serra tentou registrar um boletim de ocorrência, acusando a funcionária de injúria e preconceito. Segundo ele, a polícia não fez o registro, alegando que as ofensas feitas por Raíssa não caracterizavam um determinado preconceito. “Brinquei com o Mazé, dizendo que ser chamado de rato, não é preconceito, mas se ela me chamasse de macaco, aí sim, seria preconceito. Só iriam inverter os animais”,ironizou o professor.
Em nota, a secretaria municipal de Cultura afirmou que o fato seria um “suposto incidente” e um “caso isolado entre uma das atendentes e um participante” do evento. A pasta também esclarece que “repudia qualquer tipo de preconceito, seja ele social ou racial”.

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