Três jovens foram assassinados no Vale do Ipê 2, em Belford Roxo. Uma quarta vítima morreu horas depois no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias
Fotos: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje
A onda de violência na Baixada Fluminense não para. No final da noite da última quinta-feira, quatro jovens foram executados a tiros em Belford Roxo, quando jogavam videogame na porta de casa deles. Cerca de 20 jovens conversavam quando um grupo armado passou num carro preto atirando. As mortes ocorreram quando alguns jovens decidiram sair para comprar sanduíche numa lanchonete no Vale do Ipê 2, onde moravam as vítimas. Dois adolescentes, um de 13 anos e outro de 14, morreram na hora. Outro homem, de 25 anos, morreu depois, no Parque São Lucas. A polícia informou que o rapaz foi vítima do mesmo grupo, que passou de carro atirando. No Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, morreu ontem André Felipe Ferreira de Almeida, de 21 anos, ferido na mesma ação. No mesmo hospital está internado Matheus Macedo, também baleado pelo grupo de homens armados.
Agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense acreditam que um grupo de milicianos estaria em guerra com traficantes locais e a morte dos rapazes seria um aviso aos criminosos. As vítimas, a princípio, não teriam envolvimento com o tráfico de drogas da região.
A Polícia Civil informou que a polícia técnica fez a perícia no local do crime e que o caso foi registrado na delegacia de Belford Roxo e, em seguida, transferido para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que vai investigar a dinâmica e a motivação do crime para chegar aos autores da chacina.
O ataque ocorreu por volta das 22h. Quatro das vítimas estavam reunidas numa calçada na esquina das ruas Ilíada e Benedito Diogo, na localidade Vale do Ipê 2, quando ocupantes de um veículo passaram pelo local atirando. Ezequiel da Silva Cavalcante, de 14 anos, e Diogo Caeira de Vasconcelos, de 13, morreram no local. Matheus ficou ferido.
Já Iago Gomes de Paula, de 25, foi morto perto dali, na esquina da Avenida Ayrton Senna com Rua Projetada D, no Parque São Lucas, em Roseiral. Parentes do jovem disseram aos policiais do 39º BPM (Belford Roxo) que ele foi vítima do mesmo bando.
Os corpos das vítimas foram levados para o Instituto Médico legal (IML) de Nova Iguaçu. Segundo informações de moradores do local, Iago era dono de um bar na comunidade e foi morto em frente a seu estabelecimento. Um morador do local comentou ainda que um homem conhecido como Velho, que seria traficante teria dito que ia matar todos as pessoas que ele desconfiasse que seria amigo de policiais. Já outros moradores contaram que as mortes podem ter sido praticadas por milicianos que agem naquele local. O pai de um dos menores entrou em desespero ao ver o corpo e comentava: “Se ele tivesse morando comigo isso não teria acontecido, mas ele quis morar com a mãe e deu nisso”. Populares contaram que durante a noite foram ouvidos muitos disparos de arma de fogo. Todos os vizinhos são unânimes em afirmar que os jovens eram pessoas boas e não tinham envolvimento com o tráfico de drogas e estavam no local apenas se divertindo jogando videogame.