O Ministério Público Federal (MPF) quer reverter a decisão da Justiça que considerou improcedente uma ação civil pública por degradação ambiental contra o município de Duque de Caxias, a construtora GR Caxias e seus sócios, Gutemberg Reis de Oliveira e Rosenverg Reis de Oliveira, irmãos do ex-prefeito e atual deputado federal Washington Reis (PMDB-RJ). O parecer da Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR2) pediu a reforma da sentença alegando que o Município foi omisso em seu dever de fiscalização e que os outros processados foram responsáveis por danos ambientais na cidade.
A empresa foi autuada em 2010 por construir um loteamento na Reserva Biológica de Tinguá, uma área de Mata Atlântica. A ação resulta de uma fiscalização do Ibama que, em 2007, constatou a construção de um loteamento, a degradação ambiental e a realização de aterro sem licença dos órgãos competentes. Mesmo após a aplicação de multa pelo Ibama, a GR Caxias continuou com a construção de residências no local.
No parecer, a PRR2 afirmou que documentos do Ibama, como laudos técnicos e o auto de infração, atestam a gravidade dos danos contra o meio ambiente. A Justiça Federal tinha determinado a demolição das obras na reserva, a recuperação da área degradada e o replantio das áreas desmatadas com as mesmas espécies. Embora reconhecendo que houve destruição ambiental, a Justiça acolheu a defesa dos acusados de que eles não teriam sido autores dos danos ambientais e também entendeu que a fiscalização da área não era de responsabilidade do Município de Duque de Caxias.
