Nilópolis faz primeira caminhada pela liberdade religiosa na Baixada

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A morte do ator e produtor cultural Adriano está sendo investigada como crime de ódio e intolerância religiosa Foto Mazé Mixo
A morte do ator e produtor cultural Adriano está sendo investigada como crime de ódio e intolerância religiosa
Foto Mazé Mixo

A Baixada Fluminense terá pela primeira vez uma caminhada a favor da liberdade religiosa. A iniciativa pioneira é da cidade de Nilópolis, que através da Secretaria Municipal da Cidadania e Direitos Humanos, realizará amanhã (25) a marcha. A concentração será na Praça dos Estudantes, na Avenida Mirandela, Centro, às 9h.
A Primeira Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa tem o objetivo de reunir representantes de vários credos em defesa da paz. Segundo a superintendente da Igualdade Racial de Nilópolis, Ignez Teixeira, responsável pelo evento, a marcha dirá não a intolerância religiosa. “Pretendemos reunir Católicos”, Mulçumanos, Evangélicos, Wiccanos, Candomblecistas, Hare Christinas, Judeus, Umbandistas, Kardecistas, budistas, maçons, entre outros com o objetivo de reafirmar a importância da boa convivência entre as religiões e o respeito à diversidade. É fundamental exercitar o cumprimento das leis e fazer valer a democracia. A intolerância vem da ignorância. Deus não deu procuração para nenhuma religião se sobrepor às demais”, declarou Ignes.
A intolerância religiosa pode ser definida como um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo assim, definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade do ser humano, de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças. O Brasil é um país de Estado Laico, isso significa que não há uma religião oficial brasileira e que o Estado se mantém neutro e imparcial às diferentes religiões. Isso assegura a liberdade de escolher no que acreditar.
Recentemente ocorreram situações que evidenciam a intolerância em maior instância, podendo até ser enquadrada em crime de ódio, como foi o caso do ator e produtor cultural Adriano da Silva Pereira, de 33 anos. Adepto do candomblé e homossexual, ele foi assassinado a facadas e seu corpo encontrado num valão do bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, no dia 6 de julho. A família acredita e a polícia investiga a hipótese de Adriano ter sido vítima de ódio, porque usava frequentemente trajes da religião e feminino.
Outro caso foi o da menina Kailane Campos, de apenas 11 anos, apedrejada por ser candomblecista. A marca da violência ficou na cabeça da criança, que estava vestida de branco e acompanhada de amigos e familiares na hora da agressão, no bairro Vila da Penha, na Zona Norte do Rio, no dia 14 de junho deste ano.

O Diácono Jorge Luiz define a intolerância religiosa como uma ignorância do poder do homem, e de caráter independente da religião. E acrescenta: “É importante acreditar em um ideal, é bom fazer o que gostamos. Eu acredito que a intolerância do ser humano não está no que ele acredita, mas no que ele se tornou exemplo. A caminhada irá servir de modelo, onde podemos nos tornar melhores no que acreditamos”, diz Jorje, que confirmou presença no evento.
“A humanidade passa por conflitos históricos de guerras e lutas entre religiões. Em nosso país temos recebido casos horríveis de denúncias de crimes de Intolerância religiosa. O momento em que a Humanidade, todos nós, percebermos que a humanidade é uma só e que a Terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos. E que essa grande família tem sim diferenças e é diversa e que nisso reside à beleza da criação Divina, os conflitos se extinguirão “, diz a representante da comunidade Bahá’í, Inaê Estrela.

Por: Ana Paula Moresche

 

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