A Divisão de Homicídio da Baixada Fluminense (DHBF) está investigando o desaparecimento de dois homens em Duque de Caxias. O advogado Fernando Félix Ferreira, de 30 anos, desapareceu na manhã de sábado (23), enquanto o aposentado, por invalidez, Luiz Henrique Lopes da Silva, conhecido como Rico, de 48, desde o último dia 16. As investigações correm em segredo de justiça.
O desaparecimento de Fernando Félix ganhou grande repercussão nas redes sociais e o compartilhamento da mensagem com a foto do rapaz já passa dos 100 mil. De acordo com a família, o advogado saiu de casa, no bairro 25 de Agosto, para fazer compras no Centro de Duque de Caxias, por volta das 8h30m de sábado e não voltou. O carro de Fernando foi encontrado na tarde do mesmo dia, no Parque Centenário, também em Caxias, com todos os pertences dentro, incluindo carteira e celular.
“Ele saiu para comprar comida para o filho e não voltou. Ele é um homem bom, caseiro e apaixonado pela sua família. Estamos desesperados e, até agora, não tivemos nenhuma notícia” disse Claudia Félix de Carvalho, de 28 anos, irmã de Fernando, para a imprensa no domingo (24). Claudia também acrescentou que o advogado não atuava na área criminal. O desaparecimento do advogado foi registrado primeiramente na 62ª DP (Imbariê), seguiu para a 59ª DP (Caxias) e encaminhado para DHBF.
Já Luís Henrique reside há sete anos em Jardim Primavera, mas foi visto pela última vez nas imediações do Centro de Gramacho. Segundo o registro de ocorrência, a informação sobre Rico é que ele estava em um bar conhecido como “Amarelinho”, por volta da meia noite. A família já procurou em hospitais e IMLs, mas não obteve qualquer indício sobre a sua localização. O caso foi registrado na 60ª DP (Campos Elíseos) e, também, encaminhado para o setor de desaparecidos da DHBF.
Segundo a Polícia Civil, as duas investigações correm em segredo de justiça. As informações sobre o paradeiro de Fernando podem ser encaminhadas para o telefone (21) 98107 – 1940 (Claudia Félix – irmã). Qualquer notícia sobre Luís deve ser informada pelo telefone (21) 97126-9265 (Douglas Nunes).
Estado amplia medidas para reduzir desaparecimento de crianças
Para reduzir a quantidade de desaparecimento de crianças e adolescentes no território fluminense, o Governo do Estado implantou uma série de iniciativas. Além do trabalho realizado há 19 anos pelo programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), as oito maternidades do Estado receberam o projeto Novo Cidadão, que garante a identificação civil dos recém-nascidos e seus pais. A Polícia Civil também implantou a Delegacia de Descobertas de Paradeiro (DDPA).
No Dia Internacional da Criança Desaparecida, comemorada na segunda feira (25), o programa da FIA se destaca com o desenvolvimento de ações para identificar e localizar as crianças e adolescentes desaparecidos e reintegrá-los às famílias: 2.840 menores de idade foram localizados, o equivalente a 85% dos casos. Outros 504 continuam desaparecidos, sendo que 68 deles ainda não atingiram a maioridade.
Prevenção de casos
A outra iniciativa de prevenção é o programa Novo Cidadão, uma parceria entre FIA, RioSolidario, Detran, Defensoria Pública, Ministério Público e Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio de Janeiro (Arpen/RJ). O projeto pioneiro oferece simultaneamente a certidão de nascimento e carteira de identidade para os recém-nascidos ainda na maternidade. Além de garantir o direito à cidadania, a identificação protege as crianças de sequestros ou sumiços e facilita a localização de desaparecidos.
Pais e mães que não têm certidão de nascimento ou carteira de identidade também são atendidos pelo programa. O serviço é gratuito e já funciona nas oito maternidades do Estado: Hospital da Mãe, Hospital da Mulher, Melchiades Calazans, Adão Pereira Nunes, Rocha Faria, Azevedo Lima, Albert Schweitzer e Hospital dos Lagos. Desde o lançamento do Novo Cidadão, em julho do ano passado, foram emitidos mais de oito mil documentos para pais, mães e bebês.
Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)
