
Agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investigam a participação de um miliciano na morte de Ronaldo Silva Santos, de 36 anos, na tarde do último sábado (3), na Vila Uruçaí, em Saracuruna, Duque de Caxias. Ronaldo foi morto com espancamentos e tiros após atropelar uma mulher e três crianças. Segundo o delegado adjunto Luís Otávio Franco, ainda não se pode afirmar se realmente algum miliciano está envolvido na morte do motorista. Ele disse apenas que tem informações sobre o suposto envolvido, mas que ainda precisa voltar ao local para colher mais informações a respeito do suspeito.
“Recebemos ligações anônimas informando a participação desse miliciano na morte de Ronaldo, mas teremos que confirmar”, disse o delegado.
O acidente ocorreu na Avenida Barão do Rio Branco. Após atropelar uma mulher e suas três filhas, Ronaldo foi linchado por populares e baleado. Ele chegou a ser levado para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, com pelo menos três tiros, além das marcas de pancadas. O carro foi incendiado antes da chegada da Polícia Militar.

Ana Alice, de apenas quatro meses, e Ana Beatriz, de 2 anos, que eram carregadas pela mãe no mesmo carrinho de bebê morreram. A menor estava dormindo na hora do acidente. Juliene e outra filha, Ana Júlia, de 7 anos, foram socorridas e levadas para o Hospital Saracuruna, onde a menina ainda permanece internada em estado grave.
Policiais da especializada estiveram no local do crime para ouvir familiares do motorista espancado e morto, vizinhos e parentes das vítimas do atropelamento. O acidente está a cargo da 60ª DP (Campos Elíseos), mas se realmente for comprovado que Ronaldo estava embriagado na hora do atropelamento, o caso poderá seguir para a DHBF. Testemunhas afirmam que Ronaldo estava alcoolizado, mas somente o exame técnico do Instituto Médico Legal (IML) poderá afirmar se ele realmente havia ingerido bebida alcoólica. Caso seja comprovado, o homicídio passará de culposo para doloso.
Os corpos das duas crianças mortas foram sepultados no final da tarde de domingo, no Memorial do Rio, em Duque de Caxias. Muito abalada com a perda das filhas, Juliene passou mal e precisou ser retirada do local antes mesmo do sepultamento. O pai Jefferson dos Santos Oliveira, também muito abalado, chorava o tempo todo e era consolado por familiares.
Um tio-avô das crianças contou que a mãe voltava com as filhas de um ensaio na igreja da Assembleia de Deus e estava a cerca de cem metros de casa quando aconteceu o atropelamento.