Policiais acusados de receber ‘arrego’ do tráfico são presos em Nova Iguaçu

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Policiais se concentraram na delegacia de Nova Iguaçu antes da operação no Buraco do Boi Foto: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje
Policiais se concentraram na delegacia de Nova Iguaçu antes da operação no Buraco do Boi
Foto: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje

Dois policiais, um militar e um civil, foram presos, na manhã de sexta-feira (dia 7), durante operação para desarticular quadrilha de traficantes na comunidade Buraco do Boi, em Nova Iguaçu. A operação ‘Boi da Cara Preta’ foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pelo Ministério Público (MPRJ) e pela 58ª DP (Posse), com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil e da Polícia Militar, para cumprir mandados de prisão preventiva contra quatro policiais militares e um civil e contra 19 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas em Nova Iguaçu, Mesquita e região. Por causa da operação, as ruas do bairro ficaram desertas e moradores evitaram sair de suas casas.
Segundo informações de investigadores, o policial civil é lotado na 56ª DP (Comendador Soares). Já o PM, segundo informações obtidas, é identificado como cabo Fernandes. Ele estaria dividindo o dinheiro com o Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO). Todos os alvos foram denunciados pelo Gaeco junto à 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.
Ainda de acordo com investigações, as comunidades de Aymoré, Inferninho e Três Campos são subordinadas e abastecidas pela facção criminosa que orienta o negócio diretamente dos complexos de Parada de Lucas e Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, onde residem os líderes da facção. O lucro obtido pela venda de drogas é remetido para essas comunidades na capital.

Um dos acusados, que seria traficante do Buraco do Boi, foi capturado pelos agentes Foto: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje
Um dos acusados, que seria traficante do Buraco do Boi, foi capturado pelos agentes
Foto: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje

A operação da quadrilha e a participação dos policiais ficou comprovada no inquérito conduzido pela polícia, que utilizou interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. De acordo com a denúncia apresentada pelo Gaec, os policiais recebiam dinheiro para não combater o tráfico de drogas na localidade. Os agentes também forneciam informações privilegiadas sobre operações programadas.
A denúncia aponta que o traficantes realizavam um pagamento semanal aos PMs, às sextas-feiras, aos sábados e domingos, e para o policial civil, às terças-feiras. A entrega da propina era feita no interior da comunidade, em postos de gasolina ou dentro dos próprios DPOs para posterior repartição entre os policiais envolvidos. Os valores chegavam a R$ 70 mil. Os DPO´s recebiam R$ 9 mil por semana, em parcelas de R$ 3 mil cada sexta, sábado e domingo. Cada equipe do GAT recebia R$ 5 mil por semana e a P2 recebia R$ 3 mil por semana. Já o policial civil recebia R$ 3 mil por semana, segundo as investigações.
Os policiais civil e militares vão responder pelos crimes de organização criminosa. A investigação apontou, ainda, que o líder da quadrilha é Alvaro Malaquias Santa Rosa (vulgo Peixão) e Jorge Diego Cardozo Martins, homem de confiança e líder nas comunidades do Buraco do Boi e Aymoré. Outro líder identificado é Rodrigo Ribeiro da Silva, com influência tanto em Vigário Geral, como também nas comunidades do Inferninho e Três Campos. Entre os demais denunciados estão gerentes, auxiliares, entre outros.
Foram identificadas ainda dez crianças e adolescentes que atuavam como vapores, olheiros e sintonias (responsáveis pelo contato com policiais para pagamento de propina). O MP, por meio da Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude de Nova Iguaçu, encaminhou à Justiça uma representação socioeducativa pela prática de fatos análogos a associação para o tráfico de drogas e corrupção ativa. Também foi deferida a apreensão dos jovens e a decretação da internação provisória.
Será extraída cópia da denúncia a ser remetida para a Promotoria de Justiça de Auditoria Militar que deverá apurar o crime de corrupção passiva dos PMs. O policial civil vai responder na Justiça pelo crime de corrupção passiva e os traficantes por associação para o tráfico e corrupção ativa.

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