
Foto: Gabriel Silva / Conecta Baixada
Mais um calote do atual prefeito de Mesquita Gelsinho Guerreiro (PRB) provocou a ira, desta vez, de cerca de 200 servidores da Educação, que ocuparam ontem o hall principal da Prefeitura Municipal. Eles exigem o pagamento imediato de salários, que estaria atrasado há 11 dias. O ato marca o início da paralisação de 48h promovida pelo Sindicato dos Professores (SEPE). No início da tarde o local foi desocupado pelos profissionais.
A expectativa da categoria é que as 33 escolas e creches que compõem a rede municipal deixem de funcionar hoje. O prazo, no entanto, pode ser estendido.
As articulações para a manifestação começaram às 9h, com uma reunião na Praça Elizabeth Paixão. Além dos professores e auxiliares, servidores da Defesa Civil e pais de alunos participaram ato e fizeram discursos sobre o descaso da prefeitura com os servidores.
Uma das pautas abordadas foi a gestão do MesquitaPREV. De acordo com o os funcionários, os descontos estão sendo realizados nos salários, no entanto, não estão sendo repassados ao fundo de previdência. O valor acumulado estaria próximo da casa dos R$ 40 milhões.
Prefeito desde 2013, Rogelson Sanches Fontoura, o Gelsinho Guerreiro (PRB) coleciona inúmeros calotes e escândalos, que envolvem verbas que deveriam ser destinadas para promover melhorias ao povo, mas poucas explicações sobre o destino dado aos recursos.
Em dezembro de 2015, por exemplo, funcionários da Inova Ambiental foram demitidos e a empresa, que realizava serviços de limpeza e coleta de lixo na cidade, teve seu contrato com a Prefeitura encerrado. Naquela época, Gelsinho já não fazia o repasse do pagamento à Inova Ambiental havia seis meses e a dívida passava dos R$ 4 milhões.
Pouco antes, no dia 6 de outubro, a sede do Poder Executivo ficou às escuras. O motivo, mais uma vez, foi a falta de pagamento. A notícia de que a Prefeitura de Mesquita não pagou as próprias contas virou o assunto do momento e a “culpa” do calote foi uma suposta falha administrativa. A Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, não informou o tempo e o valor das pendências.
Em maio deste ano, mais um escândalo. A Justiça proibiu a Prefeitura de Mesquita de contratar pessoal da Cooperativa de Trabalho Coopsege, principal fornecedora de mão de obra para a administração municipal. A decisão da juíza Alessandra Tufvesson Peixoto também determinou a busca e apreensão do contrato firmado entre as partes e foi tomada com base numa ação popular, que questionava a legalidade da contratação da cooperativa pela administração municipal.
Àquela época, a Prefeitura de Mesquita já havia repassado, desde o início da parceria, quase R$ 200 milhões à Coopsege, R$ 31 milhões somente nos cinco primeiros meses deste ano. A Prefeitura também foi intimada a entregar relação com nome e CPF de todos os funcionários terceirizados cedidos pela cooperativa. A quantia seria suficiente para contratar mais de oito mil funcionários terceirizados, pagando salário mínimo (R$ 880) a cada um.
O imóvel onde funcionava o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSI) de Mesquita, localizado no bairro Banco de Areia, era alugado. Mas a proprietária Antônia Célia de Souza ficou sem ver a cor do dinheiro por pelo menos dois meses. Em setembro a mulher denunciou ao jornal Conecta Baixada o calote de Gelsinho e revelou que a casa foi abandonada em péssimas condições.
Na educação, por exemplo, a implementação de horário integral, climatização e informatização das escolas também ficaram só na promessa. Na área de segurança, a criação do Centro de Monitoramento Municipal, a exemplo do que foi adotado nas vizinhas Nilópolis e Nova Iguaçu, também não aconteceu.