
O problema número 1 de Nova Iguaçu é a falta de segurança pública. Para piorar ainda mais, a cidade também está sendo apontada pelos bandidos do município do Rio como o shopping aberto do crime na Baixada Fluminense.
O assunto foi discutido intensamente, na última terça-feira (17), por representantes das polícias Civil e Militar, membros da OAB, políticos, além de comerciantes, síndicos e moradores de 33 condomínios de classe média alta da cidade. Eles participaram do 1º Fórum sobre Segurança, Ordem Pública e Mobilidade Urbana do Centro de Nova Iguaçu, realizado no auditório do Hotel Mercure.
Os conferencistas disseram que a situação só não está pior porque o prefeito Nelson Bornier tem sido parceiro do governo estadual. Desde que reassumiu a prefeitura, em janeiro de 2013, ela comprou terrenos, construiu e equipou duas Companhias Destacadas de Polícia Militar, que foram entregues à Secretaria de Segurança Pública, na Cerâmica e Marapicu.
A maioria dos DPOs (Destacamento de Policiamento Ostensivo) da cidade também foi construída pela prefeitura. Esta semana, Bornier determinou a recuperação de 10 viaturas sucateadas que serão usadas pelo 20º BPM (Mesquita) no policiamento da cidade.
Bornier também está cedendo máquinas pesadas e caminhões para a retirada de barricadas feitas por traficantes em comunidades da cidade. “Com isso, nós conseguimos ajudar a PM a entrar nessas áreas dominadas pelos bandidos”, explicou o prefeito, que estava acompanhado de vários de seus secretários municipais.
Na avaliação do Presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal, Carlos Eduardo Moreira, o Carlinhos Presidente, a insegurança na cidade vem piorando desde 2005.
“Antigamente, o marginal saía da favela para assaltar no asfalto da Zona Sul do Rio. Hoje é diferente, a gente ouve bandido do (da favela) Chapadão falar que Nova Iguaçu é o shopping deles. Infelizmente as autoridades públicas da Segurança Pública não atentaram para isso”, criticou.
Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP) somente na área da 52ª DP, que abrange o Centro de Nova Iguaçu, em 2015 ocorreram 1.239 roubos a transeuntes e 750 veículos.
Para Carlinhos Presidente o aumento dos índices de criminalidade em NovaIguaçu pode ser consequência do baixo efetivo do 20º Batalhão, que foi reduzido de 1.200 para 600 policiais.
Subcomandante do 20º BPM, o tenente-coronel Michel Viana frisou que não falta trabalho e tampouco empenho da tropa no combate ao crime organizado. Segundo ele, no período de um ano foram efetuadas as prisões de 1.593 bandidos, 667 apreensões de menores, de 133 quilos de cocaína, 87 quilos de maconha e 443 armas de fogo.
O oficial PM explicou ainda que dispõe atualmente de apenas 150 homens, por dia, para cuidar das ocorrências nos municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, onde moram mais de 1 milhão de pessoas.
Citou ainda as inúmeras rotas de fuga que vêm beneficiando a ação de traficantes do Chapadão, e das cidades de Belford Roxo, Mesquita, São João de Meriti e Duque de Caxias. “Só na Via Dutra são 17 entradas e saídas em sentido São Paulo e mais 18 em direção ao município do Rio”, lembrou.
O fórum teve a participação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Cláudio Rosemberg; do Sindicato do Comércio Varejista, Uéliton Pessanha; dos vereadores Carlão Chambarelli, Marcos Rocha, Fabinho Maringá, Marcelo Nozinho, Juninho do Pneu e Denilson Ambrósio.