Projeto pedagógico transforma alunos em peritos criminais

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Os alunos da Escola Professor Joaquim de Freitas participam da premio de Educação Científica do Rio incentivados pela professora Mytse Andrade
Fotos Luiz Ambrósio

Em Queimados, o caso do dia é intrigante. Amostras foram levadas para uma análise, pois há suspeita que uma distribuidora de leite adultera o produto com amido, ação proibida pelos órgãos reguladores. Tudo normal se esta fosse a rotina de um laboratório científico e se as análises estivessem sendo realizadas por peritos, correto? Mas na verdade trata-se de mais uma aula de Ciências com alunos do oitavo ano da Escola Municipal Professor Joaquim de Freitas, localizada no bairro Vila São João, em Queimados. Foi desta forma, aguçando a curiosidade e despertando o interesse de descobrir algo novo a cada lição, que a professora Mytse Andrade, conseguiu atrair a aplicação dos alunos e ainda ser a única representante da Baixada Fluminense entre os três finalistas do II Prêmio de Educação Científica do Rio de Janeiro.

Com a conquista, se aproxima a hora de arrumar as malas, de olho na viagem para Londres, na Inglaterra, oferecida pela patrocinadora do concurso, em janeiro de 2016. O resultado final será divulgado no próximo dia 24 de novembro em uma cerimônia realizada no Teatro do Amanhã, no Centro do Rio, mas a indicação já é motivo de orgulho para a profissional, colegas de trabalho, alunos e toda população queimadense. O projeto “Investigação na sala de aula” faz com que cada aluno seja, por alguns minutos, um perito criminal.

De frente com o desafio de tornar as aulas de ciências mais atrativas, Mytse trouxe para os adolescentes uma abordagem contextualizada, com experimentos que buscam construir uma ligação entre o conteúdo ensinado e o cotidiano de cada um. “São temas que têm a ver com o dia a dia deles. Casos que tiveram grandes repercussões na imprensa ou que vivem em suas casas normalmente. A situação não é novidade, mas o que aguça a curiosidade deles é que são eles os grandes descobridores dos resultados”, afirmou.

As aulas acontecem duas vezes por semana. Na primeira, há uma abordagem conceitual. Na outra, a sala de aula vira um laboratório de análise criminal onde os alunos mostram na perícia o que aprenderam. Com os resultados em mãos, os adolescentes preenchem os relatórios (laudos) com as indagações propostas nas aulas de fixação e provas. Mesmo não tendo um laboratório de informática na unidade, os alunos curtem bastante a maneira diferente de aprender. Entre eles está a jovem Bianca dos Santos, de 14 anos, que se interessou mais pela matéria passada em sala de aula após a aplicação dos novos métodos de ensino. “Gosto muito. A gente aprende se divertindo e buscando descobrir algo novo sempre. Foge dos métodos tradicionais” ressaltou.

Enquanto aguarda ansiosa pelo resultado final do prêmio, a professora Mytse já comemora o reconhecimento de seu trabalho e, é claro, a tão sonhada viagem à Europa: “Estou muito feliz em representar à minha cidade, minha região e minha escola neste prêmio. A viagem à Londres é a cereja do bolo. O que mais me motiva é o reconhecimento e saber que o trabalho está conseguindo bons resultados”, disse.

O Prêmio objetiva reconhecer, valorizar e estimular o trabalho de professores nas áreas das Ciências e Matemática, além de disseminar as iniciativas inovadoras e despertar o interesse dos alunos nas práticas científicas. Foram premiados três profissionais do Ensino Fundamental e três do Ensino Médio. Com nota 4.9, a Escola Municipal Joaquim de Freitas ultrapassou a meta estipulada pelo o último IDEB prevista em 4.5. “São projetos como esse que impulsionam a educação e melhora o desempenho dos nossos alunos”, concluiu a secretária de Educação, professora Mirian Motta.

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