Protesto contra Uber gera caos no trânsito do Rio

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Manifestação teve início ainda na madrugada de sexta-feira e prejudicou milhares de pessoas que tentavam chegar ao trabalho
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Taxistas realizaram na sexta-feira (1º) diversas manifestações, em vários pontos da cidade do Rio de Janeiro, contra o aplicativo Uber. Os motoristas de táxi andaram em velocidade reduzida, prejudicando o trânsito nesses locais.
Segundo o Centro de Operações da prefeitura do Rio, o trânsito ficou engarrafado em pontos como a Avenida Francisco Bicalho, sentido Centro, na Linha Amarela, sentido Fundão, na Avenida Atlântica, sentido Leme, e na Avenida General Justo, próximo ao Aeroporto Santos Dumont.
A Ponte Rio-Niterói também teve retenções, devido ao deslocamento de taxistas da Grande Niterói para o Rio de Janeiro. O tempo de travessia, que normalmente leva entre dez e 20 minutos, demorava quase uma hora durante a travessia dos taxistas manifestantes.
Eles são contrários ao Uber, aplicativo que permite o transporte privado de passageiros. Pelo celular, o passageiro pede um carro e paga a viagem com cartão de crédito, através do aplicativo, por um preço mais baixo do que o cobrado pelos taxistas.
A Avenida Presidente Antônio Carlos, uma das principais vias do Centro do Rio, também ficou tomada por táxis. Os veículos ocupavam pelo menos uma das faixas da avenida, diante do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em vários pontos da cidade houve tumultos durante o protesto, que complicou o trânsito em diversos pontos do Rio e que fizeram com que a prefeitura decretasse Estado de Atenção na cidade.
O protesto iniciado nas primeiras horas da manhã engarrafou as principais vias de acesso ao Centro da cidade e causou transtornos para os cidadãos que não conseguiam chegar ao trabalho. Entre os principais prejudicados pelo movimento dos taxistas estão os passageiros que perderam voos por não conseguirem chegar a tempo nos aeroportos Santos Dumont, no Centro, e Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador.
Por causa dos problemas no trânsito provocados pela manifestação, o ator Diego Riques, 31 anos, precisou correr com a mala nas costas para não perder o voo para São Paulo, no Aeroporto Santos Dumont, no centro. “Tentei pegar uns quatro táxis, aplicativo também, mas não deu em nada, não consegui.” A Secretaria Municipal de Transportes decretou Estágio de Atenção e mobilizou 550 operadores para organizar o tráfego.
Em reunião com vários secretários, entre eles o secretário municipal de Transportes Rafael Picciani, diante dos transtornos causados pelo protesto dos taxistas, o prefeito do Rio Eduardo Paes deu prazo até o meio-dia de sexta-feira para que a cidade voltasse ao normal. A partir deste horário, a Prefeitura do Rio começou a “tomar medidas mais enérgicas contra os manifestantes”, aplicando multas referentes às violações das regras de trânsito. E a prefeitura poderá tomar medidas ainda mais rígidas como a cassação da autonomia dos taxistas.
Como resposta à manifestação, a empresa Uber ofereceu R$20 de desconto para viagens iniciadas ou finalizadas nas áreas das principais conexões de transporte público da cidade. Nas redes sociais, a plataforma informou que tem por objetivo ajudar as cidades a ter maior eficiência na mobilidade urbana.

Após manifestação, prefeitura recebe taxistas
Legenda H31B: Por conta do trânsito bloqueado, muitas pessoas se atrasaram para compromissos

O secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, recebeu uma comissão de representantes de taxistas no Centro de Operações Rio para ouvir as reivindicações da categoria. Picciani lembrou que a prefeitura do Rio entrou na Justiça para proibir o Uber na cidade, mas uma decisão favorável ao aplicativo manteve o funcionamento do serviço. Segundo o secretário, o município está tomando as medidas jurídicas cabíveis.
“É importante frisar que o grande motivo dessa manifestação é a contestação de uma decisão judicial, que foge ao controle do município. A prefeitura do Rio, através da Procuradoria-Geral do Município, contestou judicialmente a legalidade do aplicativo que hoje funciona na nossa cidade e tivemos uma decisão desfavorável ao nosso pleito. Nós entendemos a angústia dos taxistas, que isso gera prejuízo à atividade regulamentada para o táxi no Rio, mas as decisões judiciais precisam ser respeitadas e as contestações precisam se dar no âmbito judicial”, disse o secretário.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), onde tramita o caso, informou por meio da assessoria de comunicação que não vai se manifestar sobre o protesto de hoje dos taxistas. À tarde, a juíza da 6ª Vara de Fazenda Pública Ana Cecília Argueso Gomes de Almeida também recebeu uma comissão de motoristas que participaram do protesto. Segundo o tribunal, a reunião não tem caráter oficial e foi apenas um gesto cordial.

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