Representantes de Fundo Internacional e da Danone visitam zona rural de Caxias

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O agricultor Josué Soares Matos conversa sobre as técnicas de produção em sua propriedade Foto: Cesar Abrantes / PMDC
O agricultor Josué Soares Matos conversa sobre as técnicas de produção em sua propriedade
Foto: Cesar Abrantes / PMDC

As propriedades de pequenos produtores rurais de Duque de Caxias que implementaram recentemente o projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) começam a colher os primeiros frutos. Esse trabalho desenvolvido com a agricultura familiar em parceria entre a Prefeitura e o Sebrae tem chamado a atenção de empresas preocupadas com a sustentabilidade. Nesta quarta-feira (14/9), representantes da empresa de laticínios Danone e do fundo francês Livelihood visitaram dois sítios que já começam a produzir e vender alimentos com o PAIS.
O subsecretário municipal de Agricultura, Osvaldo Theodoro, acompanhado de representantes do Sebrae nacional e estadual, levou o presidente do Fundo Internacional, Bernard Giraud, junto com o coordenador de projetos Sthéphane Perrier, e com os representantes da Danone, Charlotte Boulan, Mauro Hamem e Wilson Mello, para conhecer de perto a produção de dois agricultores da região. A forma como o trabalho foi desenvolvido, com treinamentos e capacitação, recebeu elogio dos visitantes.
“Achei muito interessante esse modelo de produção de Duque de Caxias. É um meio simples de cultivar e de fácil execução, um projeto viável economicamente. Isso prova que com programas de incentivo, tecnologia e recursos naturais conseguimos rapidamente uma melhora nos resultados, na produção e na renda. É uma prática agroecológica que contribui para preservar os recursos naturais. Esse é um espaço com uma grande riqueza e que fica próximo ao centro urbano, onde há um grande mercado consumidor. Além disso, tem o benefício à saúde, já que envolve uma alimentação saudável”, destacou Bernard.
A primeira propriedade visitada foi a do agricultor Josué Soares Matos, que terminara de preparar a terra para o primeiro ciclo da plantação seguindo a orientação do sistema PAIS. Em uma área de quase um hectare, o produtor utiliza o sistema agrícola Mandala, que facilita o controle de pragas sem o uso de agrotóxico. Segundo ele, a adesão ao PAIS trouxe bastante aprendizado para toda família que o ajuda no dia a dia.
Com um trabalho mais avançado em sua horta, o agricultor Severino Francisco Silva já comercializa os alimentos produzidos com a técnica do PAIS. O aipim ainda continua sendo o carro-chefe da produção, mas agora o produtor pode comercializar também outros alimentos como couve, rúcula, salsa, coentro, alface, beterraba, entre outros, sem a utilização de agrotóxicos.
“Tem mais ou menos dois meses e meio que comecei a plantar dessa forma e o resultado tem sido muito bom. Se minha horta está bonita, é porque quero valorizar meu trabalho. Vim cedo para o Rio de Janeiro, já trabalhei na construção civil, mas é da plantação que eu gosto. A agricultura para mim é uma aposentadoria”, disse o dono do Sítio do Sábio.
Além de Josué e Severino, outros 14 agricultores foram beneficiados com a entrega do kit PAIS, que inclui caixa d’água, bomba solar, placa solar, mourão, tela, sombrite, insumos, sementes, bandejas para produção de mudas, mangueiras e conexões para sistema de irrigação por gotejamento, mudas de árvores frutíferas, entre outros itens. Após 30 meses, os produtores que cumprirem as metas estabelecidas pelo Sebrae receberão certificados de seus produtos como orgânicos e poderão comercializar o que produzirem para prefeituras, feirantes e supermercados.
Para o subsecretário de Agricultura, Oswaldo Theodoro, é importante que se desenvolvam projetos com o objetivo de dar continuidade a esse trabalho com os pequenos produtores rurais.
“Precisamos buscar alternativas para que essa área resista ao interesse de empresas, principalmente do setor imobiliário. É importante ter o pequeno produtor produzindo aqui. O papel do governo é melhorar as estradas e dar novas possibilidades para que daqui a 20, 30 anos, ele possa ainda estar produzindo”, afirmou.
Representando a secretária municipal de Ações Institucionais e Comunicação, Tatyane Lima, a subsecretária Marlene D’Almeida lembrou o início da parceria com o Sebrae para implementação do projeto PAIS e falou em como pensa tornar a região um polo turístico.
“Quando o projeto nos foi apresentado houve um grande interesse porque iria trazer a organização que faltava aos agricultores da cidade. Essa estruturação permite que o produtor escoe sua produção não só para feira, como também para órgãos públicos, como as escolas municipais. Hoje o município é obrigado por lei a comprar 30% dos alimentos produzidos pelos produtores rurais. Além disso, estamos desenvolvendo um trabalho com a secretaria municipal de Cultura para mostrar aos turistas como funciona o projeto”, explicou a subsecretária.
Também participaram da visita, o representante do Sebrae Nacional, Luiz Rabelatto; da coordenadora Regional Baixada II do Sebrae/RJ, Margareth Kelly do Nascimento, e de Nova Iguaçu, Décio Lima; e do idealizador do PAIS, Aly Ndiaye.

Projeto PAIS

O PAIS é um projeto criado pelo Sebrae e conta com parceria das prefeituras. O objetivo é melhorar a qualidade de vida e proporcionar sustentabilidade para as comunidades rurais, estimulando a prática da agricultura orgânica por meio de processo produtivo de baixo custo sem o uso de agrotóxicos. Pode ser usado por todos os produtores rurais que queiram melhorar a qualidade de produção, visando possibilitar o cultivo de diversas hortaliças, frutas, cereais e plantas medicinais e fitoterápicas mais saudáveis para o consumo das famílias e para comercialização.
Os resultados do projeto dependem dos esforços e do empenho do produtor em participar das ações em conjunto com outros produtores. Assim, a estratégia de aproximar propriedades que sejam atendidas pelo PAIS, estimula a formação de núcleos produtivos para promover interações e troca de experiências. Além disso, a proximidade facilita à atuação da assistência técnica, a troca de sementes e mudas, a comercialização conjunta, a certificação dos produtos como orgânicos, entre outros. Tem como públicos-alvo: produtores rurais que moram nas suas propriedades; assentados; produtores de áreas remanescentes de quilombos; entre outros.

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