Fernando Cid falou dos projetos, como a operação Verão Tinguá. Na foto (ao lado) do Paulo César Faísca, superintende de Agricultura
Fotos: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje
Gerar emprego e renda para Tinguá e valorizar o produtor rural da região. Essas são algumas metas do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Turismo de Nova Iguaçu, Fernando Cid, que em seis semanas de Operação Verão Tinguá, não registrou um acidente sequer na estrada que liga a região. Segundo ele, Tinguá será transformada num ponto turístico. Ele pretende criar o consórcio da agricultura e trabalhar em conjunto, junto com produtores e universidades, e fazer um projeto coletivo para transformar a Baixada num celeiro no Rio de Janeiro.
JH- Uma das metas é transformar Tinguá num ponto turístico?
Cid- “A Secretaria é ampla. Temos a responsabilidade de cuidar do meio ambiente e envolve também a agricultura, turismo e desenvolvimento econômico. A cidade tem um potencial gigante e temos muito atrativo para atrair turistas e gente que vai consumir. Isso serve para Tinguá, Jaceruba. O clima, rios, cachoeira, mesclado com a gastronomia local. Tudo isso é um atrativo que não tem na região metropolitana, ou então você opta pela praia. Nova Iguaçu é que tem melhores condições na região”
JH- Ainda tem o Parque Municipal, que muita gente não conhece.
Cid – “Exatamente. Tem locais lindíssimos, como cachoeiras, assim como a Serra do Vulcão. Temos uma riqueza histórica e cultural como a Fazenda São Bernardino e Porto de Iguaçu, é um conjunto arquitetônico. Precisamos antes cuidar do básico”
JH- E a operação Verão Tinguá, ela tem dado resultados?
Cid – “A primeira parte da operação é cuidar da estrada que é assassina. Ela matava e feria gente faça chuva ou faça sol. Todo fim de semana tinha acidentes, batida de carro e engarrafamentos. Na sexta semana ainda não tivemos acidentes. O dia de operação é aos domingos. Queremos mostrar que o poder público está presente. Juntamos a Secretaria de Trânsito, mais a Emlurb para intensificar a coleta de lixo, pois não podemos ter estradas sujas, e Defesa Civil e Polícia Militar”
JH- Como é feita essa operação?
Cid – “A Samu também está presente. Colocamos sinalização e quando as pessoas entram em Tinguá já avistam a ação do poder público e não há aquela sensação se abandono. Já zeramos o número de acidentes. São 25 homens na ação e a ideia é levar a operação para sexta, sábado e feriados. No último domingo tiveram 30 mil pessoas só em Tinguá. Se somar com Jaceruba dá quase 50 mil. Tinguá é uma joia rara que ela é bela, valiosa, porém frágil. Se você não cuidar vai acabar. Temos potenciais como o voo livre e as caminhadas”
JH- Tem que haver uma política de turismo?
Cid – “As pessoas que estão hospedadas na rede hoteleira, o que elas vão fazer nos dias de folga? A cidade não oferta isso. Tinguá é amplo. Muita gente não conhece a região. Vamos fazer um mapeamento da região. Nosso desafio é atrair pessoas para Tinguá para gerar renda e emprego para as pessoas e cidade. Queremos fazer um guia da região, mas antes temos que organizar”
JH- Há parceria com a segurança para que as pessoas conheçam alguns pontos, como o Parque Municipal?
Cid- “Se for por essa lógica, ninguém vai à Pedra da Gávea, por exemplo. São coisas pontuais que acontecem. Temos um lugar belo e bonito, com água pura. As pautas da Baixada não podem ser só as mazelas. Aqui há coisas boas”
JH- E agricultura na cidade?
Cid- “Na agricultura podemos dizer que estamos na primeira série A fraca. Temos que fazer o ensino básico até chegarmos ao poder público. Hoje não temos produção para vender. Temos água, terra, gente querendo plantar e comer, tem empresas de apoio técnico, tem tudo. Temos que criar uma política de agricultura para que possam aumentar a produção. Pode ser frutas, folhas, aipim, o quiabo. Há terra para isso. O clima ajuda. Só na Baixada há quatro milhões de pessoas querendo comer todos os dias. Nosso projeto inicial é juntar as prefeituras da Baixada e criar o consórcio da agricultura e trabalhar em conjunto, junto com produtores e universidades, e fazer um projeto coletivo para transformar a Baixada num celeiro no Rio de Janeiro”
JH- A área rural foi abandonada por governos anteriores?
Cid- “Os caras não olharam para a área rural. Temos um tesouro na mão e não podemos usar. Hoje a produção do aipim é grande. Um produtor já colheu 1.200 caixas de aipim, ou seja, quase 40 toneladas, isso num mês. Um lucro de R$ 84 mil. Nova Iguaçu tem potencial. Temos criar conceito de curto, médio e longo prazo”
JH- Como será a festa do aipim deste ano?
Cid- “A festa está autorizada pelo prefeito. Vai ser em julho e vamos mudar o perfil da festa que não será mais de mega shows, e será uma festa gastronômica, a finalidade é o consumo do que é produzido lá, e valorizar os artistas e produtores locais, pequenos comerciantes. Esperamos na festa 20 mil pessoas/dia. Serão cinco dias, de 12 a 16 de julho, no mesmo local, onde será construído um centro de convenções para ter vários eventos com foco na cultura rural da Baixada”.