
Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Com três meses de salários atrasados, servidores municipais de Mesquita farão, amanhã, uma manifestação na porta da prefeitura. O protesto está previsto para as 9h e deve reunir funcionários de todas as secretarias. No paço municipal haverá também campanha de arrecadação de alimentos que serão doados aos trabalhadores que estiverem passando mais necessidades, em função do atraso salarial.
“A situação é ruim para todos, mas delicadíssima para aqueles que têm os menores salários. Por isso, pedimos que a população se junte a nós e colabore com a doação de alimentos, para que estas pessoas não passem fome”, disse um funcionário da Prefeitura de Mesquita, que pediu anonimato.
O protesto de amanhã será o segundo em uma semana. Na quarta-feira passada, mais de 100 servidores públicos fizeram uma manifestação contra o prefeito Gelsinho Guerreiro. Na ocasião, os manifestantes caminharam da Secretaria de Saúde até a prefeitura à procura do chefe do Poder Executivo. Com cartazes, funcionários exigiam os salários em dia e ameaçavam iniciar uma greve. Eles também levaram um caixão e fizeram um enterro simbólico de Gelsinho.
Desde a derrota nas urnas, em 2 de outubro, o prefeito não foi mais visto na prefeitura. No dia seguinte às eleições, Gelsinho assinou a portaria 560/2016, determinando a exoneração de todos os servidores em cargos comissionados.
Quem jura, mente!

Para ser eleito prefeito em 2012, Gelsinho Guerreiro apresentou em seu plano de governo promessas que não saíram do papel em quatro anos de mandato. Gelsinho garantiu que asfaltaria 100% da cidade, mas ainda hoje há áreas de bairros como Chatuba e Jacutinga, entre outras, onde a população continua caminhando no chão de barro e ainda sonha com o tão esperado saneamento básico.
Gelsinho Guerreiro prometeu investir na educação de qualidade, com merenda escolar adequada e atividades extracurriculares que pudessem proporcionar às crianças e jovens uma vivência construtiva para o desenvolvimento deles. No entanto, muitos alunos foram afetados por greves de professores e funcionários cooperativados, o que prejudicou o ano letivo.
Outra promessa não cumprida pelo prefeito foi a reabertura do Hospital São José. Nem mesmo a intimação do Ministério Público para que a unidade voltasse a funcionar foi suficiente para fazê-lo cumprir o que havia prometido.
No dia em que tomou posse, em janeiro de 2013, Gelsinho Guerreiro discursou na Câmara dos Vereadores e prometeu cuidar de Mesquita como chefe de família. Mas o desgaste no relacionamento fez com que o casamento com a população fosse conturbado e chegasse ao fim anos do término de seu mandato. O ‘divórcio’ foi decretado na eleição de outubro, quando o povo escolheu Jorge Miranda como companheiro para uma nova relação.