Tropas do Exército estão por toda parte do Rio. Ontem (28), o ministro da Defesa, Raul Jungmann, deu coletiva de imprensa
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A publicação de decreto presidencial em edição extraordinária do Diário Oficial deu início ontem à operação de tropas federais para combater a escalada de violência generalizada que se abateu sobre o Rio de Janeiro. Ao todo, serão 8.500 homens das Forças Armadas em operação conjunta com 620 da Força Nacional, 380 da Polícia Rodoviária Federal e 740 locais. O ministro da Defesa Raul Jungman, em reunião do Comando Militar do Leste, anunciou o começo da operação para garantia da lei e da ordem e reafirmou que o objetivo da ação integrada é combater o crime com uso de inteligência.
A grande movimentação das tropas começou às 14 horas de ontem. Tropas do Exército foram vistas no Arco Metropolitano, na Avenida Brasil, na saída da Ponte Rio-Niterói, na Linha Vermelha, na Ilha do Governador e em São Gonçalo.
O decreto assinado por Temer, que está publicado em edição extra do Diário Oficial da União, autoriza a permanência dos militares no Rio de hoje até o dia 31 de dezembro. A atuação das Forças Armadas no estado será em apoio às ações do Plano Nacional de Segurança Pública. Atualmente, o uso das Forças Armadas deve ser autorizado por meio de decreto presidência, para garantia da lei e da ordem. A Constituição Federal permite que as Forças Armadas, por ordem presidencial, atuem em ações de segurança pública em casos de grave perturbação da ordem e quando o uso das forças convencionais de segurança estiver esgotado.
As Forças Armadas vão reforçar a segurança no Rio, que vive um aumento dos casos de violência, assustando a população. Nas últimas semanas, por exemplo, a Linha Vermelha, uma das principais vias da cidade, foi alvo de tiroteios entre policiais e criminosos, obrigando os motoristas a deixar os carros na via e agachar do lado de fora para não ser atingidos.
A violência tem afetado a rotina das escolas na capital fluminense. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, somente neste ano, uma em cada quatro escola teve que fechar durante determinados períodos ou foi forçada a interromper as aulas por causa dos tiroteios ou outros tipos de confrontos.