Foto: Everton Barsan
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h superaram no início desse mês a marca dos 29 milhões de atendimentos desde que foram inauguradas em 2007. Em todo o estado são 58 unidades, que registraram 24 milhões de exames, 1,2 milhões de atendimentos odontológicos e mais de 191 milhões de medicamentos distribuídos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, cerca de 99,5% dos casos foram resolvidos nas próprias unidades, aliviando a superlotação de hospitais de urgência e emergência.
Os dados reforçam a política implantada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que orienta o direcionamento de casos de baixa e média complexidades para as UPAs. Segundo a SES, o modelo de atendimento do Rio foi exportado para outros estados e até para outros países, como a Argentina, que adotou o sistema de atendimento médico. “Nas UPAs, um diferencial importante é o atendimento inicial feito por profissionais de saúde, o que faz com que casos de maior gravidade sejam atendidos com prioridade. Temos hoje um modelo consolidado, que serve de referência para o país”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto. Em março desse ano, a secretaria estadual recebeu uma comitiva de representantes de Gauteng, província da África do Sul, que veio conhecer o formato de atendimento de unidades da rede estadual.
As UPAs oferecem as especialidades de clínica médica e pediatria, além de serem realizados exames laboratoriais, sutura, medicação e nebulização. Conforme a SES, todas possuem salas de cuidados intensivos e semi-intensivos, voltadas para o atendimento de casos mais graves. Algumas unidades contam ainda com atendimento odontológico, mas nenhuma tem ortopedistas. Para atendimentos de ortopedia, a orientação é procurar um hospital-geral.
Mais de 60 mil atendimentos em Comendador Soares
Inaugurada pelo prefeito Nelson Bornier e pelo secretário de Saúde Luiz Antônio Teixeira Jr. em setembro do ano passado, a UPA Municipal de Comendador Soares já realizou mais de 62 mil atendimentos em clínica médica e pediatria. Localizada em local estratégico, ao lado da Clínica da Família Emília Gomes, as unidades foram juntas, segundo a secretaria municipal de saúde, o maior equipamento de saúde pública inaugurado na Baixada Fluminense desde a abertura do Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias.
Na unidade é possível receber atendimento em casos de urgência, além disso, a UPA conta também com uma base descentralizada do SAMU para agilizar os atendimentos de emergência, como os que precisam ser transferidos para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). “Com o modelo da UPA e a Clínica da Família funcionando lado a lado, o paciente tem uma unidade de referência, ou seja, ao sentir-se mal é atendido na emergência e depois da alta médica, continua sendo acompanhado na Clínica da Família. Em casos mais graves, ele é transferido para nosso hospital geral. Temos tido muito êxito e os números mostram isso, não tenho dúvidas de que, aos poucos, vamos desafogar o Hospital da Posse e melhorar o atendimento em todos os setores”, explicou o secretário de Saúde Luiz Antônio Teixeira Jr., ressaltando o reforço na prevenção.
Quando tem algum problema de saúde na família, a auxiliar de escritório Sheila Gomes não pensa duas vezes: procura atendimento na UPA. Na última sexta-feira (3), a filha Nicole, de um ano e cinco meses, teve febre e vômito e foi atendida na unidade. “A UPA melhorou muito a vida da gente. Venho a pé e em 10 minutos estou aqui. Antes, precisávamos ir à Austin ou ao Hospital da Posse. Hoje temos atendimento 24 horas perto de casa e isso faz muita diferença”, disse Sheila.
Protocolo que salva vidas
A Secretaria de EStado de Saúde ressalta que desde 2009 as UPAs seguem um protocolo de atendimento à dor torácica, que vem ajudando a minimizar sequelas e salvar vidas. O paciente que der entrada na unidade com quadro suspeito de infarto faz eletrocardiograma e exames laboratoriais específicos para confirmar a suspeita da doença. Sendo positivo, logo são medicados e encaminhados para a realização de exames e procedimentos complementares em unidades com profissionais especializados. Sendo negativo, a secretaria esclarece que o paciente, depois de medicado, permanece em observação sendo acompanhado pela equipe médica na unidade.
Outro procedimento que vem ajudando pacientes atendidos nas UPAs é a aplicação de trombolítico, procedimento não invasivo indicado para casos de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Os pacientes que dão entrada nas Unidades de Pronto Atendimento com sintomas de AVC são avaliados remotamente pela Central de Neurologia da SES, que funciona 24 horas e, caso tenham o perfil de tratamento com trombolítico, são transferidos para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Na maioria dos casos, as sequelas são revertidas ou diminuídas significativamente em função da rapidez do diagnóstico e do início do tratamento. Atualmente, o HEGV ocupa o segundo lugar do país entre as unidades que mais realizam trombólise e já aplicou o procedimento em mais de 120 pacientes com taxa de sucesso de cerca de 95%, percentual acima da média mundial.
UPAs estaduais na Baixada Fluminense
– UPA 24H Duque de Caxias I: Rua Joaquim Peçanha, nº 1532 – Parque Lafaiete – Duque de Caxias (paralela à Rua Nilo Peçanha). Telefone: (21) 3671-9685 / 9982 / 9696 / 9672/ (21) 3671-9679 (fax)
– UPA 24H Duque de Caxias II: Rua República do Paraguai, s/nº -Vila Sarapuí – Duque de Caxias. Telefone: (21) 3777-5449 / 5344 / 5577 / 5445
– UPA 24H Mesquita: Av. Presidente Costa e Silva, s/nº – Edson Passos – Mesquita. Telefone: (21) 2796-9950 / 3763-7892 / 2797-9936
– UPA 24H Nova Iguaçu I: Av. Abílio Augusto Távora, nº 1600 – Cabuçu – Nova Iguaçu. Telefones: (21) 2657-4634 / 2657-4481 / 2658-4840/ Fax: (21) 2657-4580
-UPA 24H Nova Iguaçu II: Estrada de Adrianópolis, s/nº – Bairro Botafogo – Três Corações – Nova Iguaçu (próximo ao Hospital Geral de Nova Iguaçu – Hospital da Posse). Telefones: (21) 2657-2900 / 2657-2908
-UPA 24H Queimados: Rua Mário Ferreira dos Reis – Praça Camarim – Nossa Senhora da Glória – Queimados. Telefone: (21) 2665-6955. E-mail: upaqueimados@yahoo.com
Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)
