
A campanha nacional de mobilização contra o HPV, que acontece em todo o país ao longo de todo ano, destinadas as meninas de 9 a 13, passou a fazer parte do calendário anual de vacinação e recebe total coordenação do Ministério da Saúde. Porém, segundo a apuração da equipe de reportagem do Jornal de Hoje, em Nova Iguaçu, a procura pela vacina ainda está abaixo do esperado este ano.
No posto de saúde do bairro Geneciano, somente 15 meninas procuraram a vacina este ano. O número não é muito diferente na Unidade Básica de Saúde de Santa Eugênia. Segundo a enfermeira Maria Cristina Crispiniano, até hoje, somente 20 garotas foram à unidade para serem imunizadas. A equipe de reportagem também foi à UBS do bairro da Viga, e verificou que o número de adolescentes vacinadas é zero. Em todas as unidades, a explicação dada pelos responsáveis foi a mesma: em 2014 e 2015, o município imunizou grande parte do público alvo.
Em nota, a Prefeitura de Nova Iguaçu informou que a vacinação contra HPV acontece regularmente em 59 salas de vacina, instaladas em postos de saúde, clínicas da família, unidades 24 horas e nas escolas que fazem parte do Programa Saúde na Escola. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
O secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Emerson Trindade, lembrou que, apesar dos avanços na redução das mortes por câncer do colo do útero no Brasil, 14 mulheres morrem todos os dias com esse tipo de câncer no país.
“A eficácia da vacina é muito maior antes delas iniciarem a vida sexual, o que não significa estimular a prática. É preciso ter a consciência de que essas meninas podem ser a primeira geração livre do câncer do colo do útero, porque elas vão combinar a proteção da vacina com a do Papanicolau. Isso era algo impensável há 10 anos”, ressaltou o secretário Emerson Trindade.
Ministério da Saúde investe mais de R$ 1 bilhão
De acordo com o Ministério da Saúde, a meta deste ano é vacinar pelo menos 80% das meninas de 9 anos de idade, público-alvo da campanha, formado por um total de 1,7 milhão de garotas. A imunização é feita em duas doses injetáveis – a primeira, de preferência, nos meses de março ou abril e a segunda, seis meses após a primeira.
O Ministério da Saúde orientação que meninas de 10 a 13 anos que ainda não receberam a dose ou que não completaram o esquema vacinal também sejam imunizadas durante a campanha de mobilização. A proteção, segundo o ministério, só é conferida se todas as doses forem aplicadas.
Meninas e mulheres, na faixa etária de 9 a 26 anos, vivendo com HIV ou AIDS também devem ser vacinadas. Neste caso, o esquema vacinal consiste em três doses – a segunda é administrada dois meses depois e a terceira, após seis meses. Dados do ministério apontam que cerca de 59 mil mulheres de 15 a 26 anos vivem com HIV ou AIDS no país atualmente.
O ministério informou que foram gastos R$ 1,1 bilhão para a compra de 32 milhões de doses contra o HPV nos últimos três anos. A vacina utilizada pelo governo brasileiro é a quadrivalente e confere proteção contra os subtipos 6, 11, 16 e 18, principais responsáveis por casos de câncer de colo de útero e verrugas anogenotais.