
O interventor federal, general Braga Netto, se reuniu no fim da manhã desta quinta-feira com o juiz da 7ª Vara Federal, Marcelo Brêtas, responsável pelo processo da Lava-Jato no Rio. No encontro, que durou menos de 1 hora, o general pediu a liberação do dinheiro recuperado do esquema de corrupção para a área de Segurança.
“Foi uma conversa cordial, demonstrar nosso total apoio às investigações e também ver a possibilidade da liberação de recursos para a segurança. Vamos aguardar. Não ficou nada certo”, disse Braga Netto, que não teria tratado de valores com o juiz durante a reunião.
A Justiça teria acautelados cerca de R$ 100 milhões, em espécie, sem contar os valores que poderão ser obtidos a partir de leilões de bens da quadrilha que estão prestes a acontecer. Os recursos seriam usados na compra de veículos para as polícias e até para pagar o 13º dos agentes.
O dinheiro da Lava-Jato já foi usado outra vez para ajudar o estado. No ano passado, Bretas determinou que R$ 250 milhões fossem liberados para o pagamento do 13º de 141.289 servidores inativos. Também já ficou acertado entre a Justiça Federal, os ministérios públicos Federal e estadual, além da Secretaria estadual de Educação, no dia 27 do mês passado, que R$ 15 milhões serão aplicados na reforma de dez escolas públicas do estado. Esses recursos fazem parte de um montante de cerca de R$ 400 milhões recuperados pela força-tarefa da Lava-Jato.
Na quarta-feira, em entrevista à TV Globo, Braga Netto disse que as polícias vão receber até o mês que vem 200 novos veículos de um total de mil previstos. Em até duas semanas, três blindados recuperados pelo Exército voltam a participar de operações. O general admitiu que não haverá contratação de novos policiais, mas três mil agentes cedidos a órgãos estaduais e a prefeituras serão convocados para que retornem a suas corporações.
“Eu não posso gerar dívidas que o governador não possa pagar, porque quem paga o pessoal é o governo do estado”, justificou.