Crise: Temer tentará reunir Renan, Moraes e Cármen Lúcia

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
Os três protagonizaram, nos últimos dias, trocas de farpas públicas após a operação da Polícia Federal no Senado  Montagem/Agência Senado, ABr e STF
Os três protagonizaram, nos últimos dias, trocas de farpas públicas após a operação da Polícia Federal no Senado
Montagem/Agência Senado, ABr e STF

Para tentar quebrar o clima de tensão instaurado nos últimos dias nos Três Poderes, o presidente Michel Temer costura nos bastidores a ideia de unir, num mesmo evento, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro da Justiça Alexandre de Moraes e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia. Os três protagonizaram, nos últimos dias, trocas de farpas públicas após a operação da Polícia Federal nas dependências do Senado na última sexta-feira (21), que prendeu o diretor da Polícia Legislativa do Senado e outros três servidores.
Temer pretende colocar os três lado a lado no evento de lançamento do Pacto Nacional pela Segurança Pública, previsto para esta sexta-feira (28). A defesa das propostas englobadas pelo pacto, na avaliação de integrantes do Palácio, exige a participação de todos e deve unir o discurso.

Presidente anda preocupado com a repercussão da troca de farpas dos três
Presidente anda preocupado com a repercussão da troca de farpas dos três

O temor do presidente neste momento é de que os desdobramentos da Operação Métis atrapalhem o andamento da votação da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece limite de gastos. A PEC 241 deve ser votada em segundo turno nesta terça-feira (25), no plenário da Câmara e em seguida vai para discussão no Senado. “A preocupação do presidente é baixar a temperatura da crise. O maior temor do Palácio neste momento é que esse problema institucional atrapalhe a pauta de votação no Congresso. A PEC do teto tem um calendário apertado”, ressaltou um assessor palaciano.
Renan, Moraes e Cármen Lúcia estão no centro do tensionamento instaurado nos últimos dias. Em entrevista concedida na segunda-feira (24), Renan chamou Moraes de “chefete de polícia” após o ministro afirmar que os agentes da polícia legislativa “extrapolaram” a competência. O senador também disparou contra o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília e que autorizou a operação no Senado, a quem chamou de “juizeco”.
As declarações de Renan contra o juiz levaram a ministra Cármen Lúcia a também reagir ontem. “Onde um juiz for destratado, eu também sou”, disse Cármen. A ministra declarou ainda que o Judiciário exige respeito dos demais Poderes da República.
A operação da Polícia Federal visou desarticular um grupo, liderado pelo Diretor da Polícia do Senado Pedro Carvalho que, segundo as investigações, ‘tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas dos federais em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência’. (AE)
Padilha diz que cabe ao STF
intermediar diálogo

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ontem que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) estabelecer o diálogo entre os poderes Judiciário e Legislativo. Perguntado, ele disse concordar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que na véspera afirmou que vai entrar com uma ação no Supremo para questionar a ação da Polícia Federal que resultou na prisão de quatro policiais legislativos, na última semana. Segundo Renan, a ação feriu o princípio da separação de Poderes. O presidente do Senado também criticou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
“Foi um momento de posição firme do presidente do Senado. Eu, pessoalmente, entendo que o presidente do Senado tem razão, quando diz que o diálogo com o Senado tem de ser estabelecido pela Suprema Corte”, disse Padilha, ao sair da reunião com a Frente da Agropecuária. “Mas essa é uma posição pessoal, e não do governo”, ressaltou.
Padilha minimizou os efeitos que essas declarações possam ter para o governo. “Penso que o ministro Alexandre e o presidente Renan são pessoas que têm contribuído muito para o processo de desenvolvimento das ações entre o Executivo e o Legislativo. Esse episódio, em poucos momentos, será coisa do passado porque ambos estavam com a consciência de que estavam cumprindo com seu dever. Isso o tempo vai mostrar e nós temos certeza de que não será nenhuma rusga entre o ministro e o nosso presidente do Senado.”
O ministro manteve o tom otimista também com relação à aprovação, por mais de 370 votos, da PEC que limita os gastos do governo.
“Não tenho dúvida nenhuma de que vamos aprová-la. Tivemos um excepcional desempenho no primeiro turno. Penso que o segundo turno tem tudo para repeti-lo”, afirmou.
“Na semana que vem vamos ver se já conseguimos mandar para o Senado, para ver se o Senado, ainda segundo a vontade do presidente Renan, consegue concluir antes do recesso. Possivelmente até o mês de novembro. O presidente Renan trabalha com essa expectativa. Penso que mais que 308 é muito bom, mas acredito que deveremos ter mais de 370 votos na Câmara”, completou.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!