Caso Patrícia Amieiro tem nova testemunha e família quer anulação do júri

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Uma nova testemunha pode ajudar a esclarecer o desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro em junho de 2008. Segundo o irmão de Patricia, Adryano Amieiro, um taxista contou que viu a engenheira sendo retirada do próprio carro ainda com vida pelos policiais militares que atiraram no veículo. O depoimento foi colhido na tarde de terça-feira no Ministério Público do Rio (MPRJ).

— Ele entrou em contato conosco há cerca de duas semanas. Disse que o medo o impediu de se pronunciar durante todos esses anos mas não conseguia mais viver guardando isso só para ele. A testemunha contou que estava na pista, atrás do carro da minha irmã, e viu a mão dela ainda se mexendo quando os policiais a retiraram do veículo. Ela estava viva. Ficamos muitos emocionados quando soubemos porque pensamos que ali ela ainda poderia ter sido salva — lamenta Adriano.

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A defesa da família pretende pedir a anulação do júri popular realizado em dezembro do ano passado. Na ocasião, nenhum dos quatro PMs envolvidos no caso foi condenando por homicídio. Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento foram condenados a três anos de prisão por fraude processual por terem modificado a cena do crime, mas foram autorizados a recorrer em liberdade. Já Fábio Silveira Santana e Marcio de Oliveira Santos foram absolvidos durante julgamento.

Há duas semanas, Fábio da Silveira Santana, também conhecido como Fabio Caveira, foi alvo de uma operação contra a milícia na Zona Oeste do Rio. Ele atualmente é lotado no 18º BPM (Jacarepaguá). Na casa de Fábio, na Gardênia Azul, os investigadores apreenderam dois celulares e documentos.

— Com esse novo depoimento sendo anexado ao processo, acreditamos que haverá outro entendimento do caso. Queremos a anulação e também proteção para essa testemunha. O resultado do júri não foi satisfatório. Esperamos 11 anos por justiça mas os policiais continuaram soltos e não foram condenados pela morte da minha irmã — ressalta Adryano.

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Em nota, o MPRJ confimou o novo depoimento e informou que abriu requerimento para que ele seja anexado ao processo. O comunicado destaca ainda que a testemunha não manifestou interesse em ingressar no Programa de Proteção à Testemunhas, mas que o serviço ainda poderá ser disponibilizado caso seja solicitado.

Leia a nota na íntegra:

“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) confirma ter colhido, na última terça-feira (22/9), o depoimento de nova testemunha do homicídio da engenheira Patrícia Amieiro.

Ressalta o parquet fluminense que embora já tenha ocorrido o julgamento do caso, a decisão absolutória ainda não é definitiva, o processo não terminou, tendo em vista que houve recurso por parte da família da vítima.

O Ministério Público, sempre em busca da restauração da verdade, já requereu a juntada no processo do depoimento da testemunha, que somente agora se apresentou.

Por fim, imperioso frisar que a testemunha expressou receio por sua vida e de seus familiares, porém não manifestou interesse de ingressar no Programa de Proteção à Testemunhas e Vítimas Ameaçadas (PROVITA), que poderá ser disponibilizado, caso seja solicitado.”

Relembre o caso

Patrícia tinha 24 anos quando desapareceu voltando de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul do Rio. Ela ia em direção à sua casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Na saída do Túnel do Joá, o carro dirigido pela engenheira foi alvo de uma série de disparos de arma de fogo. Os policiais Marcos Paulo e William Luís foram acusados de atirar por acreditarem que o motorista do carro era um traficante.

Ainda segundo a polícia, com os tiros, Patrícia perdeu o controle do veículo, que colidiu em dois postes e uma mureta. O carro da engenheira foi encontrado na beira do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, com o vidro traseiro quebrado e o porta-malas aberto. O corpo da jovem nunca foi encontrado. Para a polícia e o Ministério Público, o corpo foi retirado do veículo e o carro jogado no canal pelos policiais para impedir que o homicídio fosse descoberto.

Em 2011, a Justiça declarou a morte de Patrícia, alegando que, além de possuir vínculos estreitos com a família — eliminando a possibilidade de ela ter sumido espontaneamente — a situação em que o carro da jovem foi encontrado eliminava qualquer chance de que ela tivesse saído viva do veículo.

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