O Governo do Estado recebeu autorização para retomar a construção da nova sede do Museu da Imagem e do Som, na Praia de Copacabana. A licença para dar prosseguimento à obra, suspensa desde setembro de 2016, foi aprovada pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), órgão do Ministério do Planejamento.
A aprovação era necessária por se tratar de uma operação que envolve um projeto financiado por empréstimo concedido por organismo internacional. Os recursos para a construção do novo prédio do MIS estão previstos no âmbito do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo no Estado do Rio de Janeiro (Prodetur-RJ), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Após a autorização do Cofiex e do BID, já dadas, com a respectiva prorrogação do contrato de financiamento, o Governo do Estado lançará edital de licitação para que uma empresa possa executar a conclusão do prédio. O novo edital seguirá para aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que deve levar cerca de 30 dias para avaliar o material. Assim que iniciada a intervenção, a previsão é de 12 meses para realização das obras físicas e seis meses para implantação do museu e sua abertura ao público.
“É uma obra muito importante para a cultura do Rio, que ajudará também a promover o turismo no nosso estado. A sede de Copacabana vai unificar em um só espaço este acervo incrível, que conta a história da cultura brasileira”, disse o governador Luiz Fernando Pezão.
Cronograma de obras já está em 70%
Cerca de 70% das obras do MIS já foram executadas. Para a conclusão total das obras, os recursos estão orçados em cerca de R$ 39 milhões, inteiramente financiados pelo BID. Quando o prédio ficar pronto, serão investidos mais R$ 82 milhões em museografia (a maior parte desse valor já foi investido), conteúdo, suportes, equipamentos, direitos autorais, acessibilidade, ações educativas, de comunicação e sinalização.
Com 9,8 mil metros quadrados de área, divididos em oito pavimentos, a nova sede do MIS foi concebida pelo escritório americano Diller Scofidio + Renfro para ser um boulevard vertical. Seu percurso narrativo foi construído com base na ideia da rua como local de entretenimento e como símbolo da criação popular, que representa grande parte da produção artística da cidade. O objetivo é conduzir o visitante para um passeio pelo acervo da instituição, pela cidade e pelo tempo. Os arquitetos buscaram inspiração nas curvas do calçadão de Copacabana – o mesmo passeio que inspirou a curadoria – e desenharam um prédio capaz de dialogar com a paisagem, democratizar a vista da praia e ser um novo ícone arquitetônico para a cidade. Eles “dobraram” a calçada, transformando o prédio em um grande boulevard vertical.
O cuidado e a preocupação com o meio ambiente permeiam todas as fases do projeto, desde a demolição do prédio que ocupava originalmente o terreno onde está sendo construída a nova sede do Museu, na Avenida Atlântica. A demolição foi feita de forma seletiva e teve um índice de reciclagem e reaproveitamento de 99,81% dos materiais. O projeto busca a certificação Leed (Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), concedida pelo Green Building Council.